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Quarta, 27 Julho 2022 13:10

Aumenta o número de angolanos no exterior constantes na base de dados mesmo sem registo eleitoral

O país, realiza as quintas eleições Gerais, no dia 24 de Agosto próximo, cujo processo tem estado a suscitar inúmeras discussões em todos os sectores à volta do assunto, devido à sua complexidade, quando várias irregularidades são apontadas desde o início.

Nos últimos dias, um número considerável de cidadãos denunciou e tem estado a fazê-lo, o facto de os seus familiares já falecidos constarem do Ficheiro Informático do Ministério da Administração do Território, entregue à CNE com mais de 14 milhões de cidadãos maiores, aptos para participarem da votação este ano.

Na ocasião, Fernando Paixão, Director do Registo Eleitoral Ofioso, justificou o parecimento de nomes na referida lista, com o facto de Angola ter realizado, pela primeira vez, o registo eleitoral oficioso, o que levou à importação de todos os Bilhetes de Identidade dos cidadãos para a base de dados de cidadãos maiores, incluindo os falecidos.

Entretanto, segundo constatou Angola24horas, esta semana as discussões ganharam novos contornos, após várias denúncias postas a circular nas redes sociais darem conta da inclusão "massiva" de cidadãos residentes no estrangeiro na base de dados.

Por exemplo, uma cidadã angolana, de cuja identidade repousa sob anonimato, residente no Reino Unido, partilhou um vídeo, onde explica que veio ao país em 2019 para tratar de algumas questões, tendo aproveitado renovar igualmente o seu Bilhete de Identidade antes de regressar ao estrangeiro.

Esta, conta que nunca se importou em tratar qualquer outro documento relacionado com o processo eleitoral ou mesmo partidário, daí que, também não entender necessário tratar o registo eleitoral.

Embora não tenha acontecido, a cidadã relata "furiosa" ter sido surpreendida com o facto de seus dados constarem da lista de potenciais eleitores, com indicação à Assembleia de voto e mesa, na capital angolana.

"Façam a vossa fraude eleitoral e usem todos os meios que vos convier mas respeitem os cidadãos. É muita incompetência deste governo para que se precedam de tal maneira para manter o poder. Estou chocada porque se trata da minha identidade e tantos outros cidadãos honestos fora de Angola ", desabaou a cidadã.

No entanto, apelou aos demais angolanos residentes no estrangeiro a consultarem seus dados e/ou pedirem a seus familiares em Luanda, no sentido de se protagonizar o protesto público contra o MAT, Ministério da Justiça e CNE.

A Camunda News, ainda esta quarta-feira, divulgou o testemunho de outro cidadão residente em Canadá que em, breves palavras afirmou que nunca se registou na CNE. "Como se diz na gíria popular nunca tratei nenhum cartão de eleitor em Angola".

"Surpreendentemente, o meu nome consta na lista localizada no Colégio Luz da Sabedoria, na Sagrada Esperança, mesa 3 Assembleia de Voto nº 312, para votar no dia 24 de Agosto. Quem utilizará os meus dados se eu vivo em Toronto/Canada há mais de 20 anos?", denunciou o cidadão, questionando, sobretudo, quem autorizou a CNE a disponibilizar os seus dados pessoais a eleitores fantasmas.

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