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Terça, 23 Setembro 2014 21:27

Eleições gerais: Pré-campanha à vista

As visitas constantes dos líderes do MPLA, UNITA, CASA-CE e PRS são interpretadas por analistas políticos como o início da pré-campanha das eleições gerais de 2017.

Só este ano, o Presidente da República e do MPLA, José Eduardo dos Santos, visitou as províncias de Benguela, Kwanza-Norte, Uíge e Namibe. Os presidentes da UNITA, Isaías Samakuva, da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, e do PRS, Eduardo Kuangana, também não fugiram à regra.

Acantonado está, o presidente da FNLA, Lucas Ngonda, que enfrenta uma situação interna “grave” no partido. Segundo os seus militantes, o líder perdeu popularidade a nível das províncias. Informações postas a circular davam conta que o secretário-geral da FNLA, David Alberto Mavinga que em Maio último remeteu uma carta ao líder do partido, Lucas Ngonda, quer que este se demita.

Analistas políticos interpelados pelo Novo Jornal notam, que quando faltam dois anos e meio para as eleições, os partidos começam a fazer o desenho operativo que vai servir de base para a disputa.

“O líder de Angola e do MPLA tem todos os motivos para ver de perto como está a ser executado o programa de governação que apresentou durante as eleições de 2012”, disse ao Novo Jornal o professor universitário, António Nsimbi.

Segundo ele, “não tem sido hábito do Presidente dos Santos visitar as províncias num curto espaço de tempo, mas circunstâncias actuais assim obrigam”.

O ancião Massua António espera que nas deslocações dos líderes políticos às províncias ao encontro do eleitorado sejam veículadas mensagens pacíficas. “O eleitorado quer que os políticos tragam mensagens de reconciliação e não que criem problemas, buscando o passado”.

De acordo com este militante do MPLA, os políticos não podem deslocar-se às províncias para fazer campanhas de insultos.

Para o activista cívico, João Sangano, a oposição deu conta que as eleições autárquicas não vão ter lugar, por isso, avançou antecipam--se para as gerais.

“Penso que a oposição jogou muito bem, porque o MPLA tem uma máquina eleitoral forte. Se começasse a pré-campanha tarde não iam apanhar nada”, sugeriu.

O MPLA foi a formação política mais votada, com 71,84% dos votos, nas eleições gerais de 31 de Agosto de 2012. Com uma maioria qualificada, este partido conseguiu, assim eleger 175 dos 220 deputados da Assembleia Nacional, o que representa uma perda de 16 parlamentares, em relação à anterior legislatura. Nas eleições de 2008, o MPLA tinha conseguido 82% dos votos.

O segundo partido mais votado foi a UNITA com 18,66% (2008, 10%). O principal partido da oposição conseguiu arrecadar os 16 assentos parlamentares que o MPLA perdeu, na ocasião elegeu 32 deputados, o que duplica a sua representação parlamentar.

A CASA-CE foi a terceira força política mais votada, com 6%. A nova formação política da oposição entrou para a Assembleia Nacional com oito deputados.

O Partido da Renovação Social (PRS) perdeu eleitorado, obteve obtido 1,70% dos votos, o que corresponde à eleição de três deputados, uma diferença significativa em relação aos oito parlamentares que detinha na anterior legislatura (2008, 3%).

A histórica Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) ficou com menos um deputado do que nas eleições de 2008. Tem dois parlamentares, ao reunir 1,13% dos votos do eleitorado (1% em 2008).

Novo Jornal

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