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Quinta, 24 Junho 2021 13:25

Nfuca Muzemba anuncia criação de partido político “Esperança”

O antigo líder juvenil do maior partido da oposição angolana Mfuca Muzemba anunciou a criação do seu partido político, denominado Esperança, cujo processo para legalização deu hoje entrada no Tribunal Constitucional de Angola.

Num ato de apresentação do seu projeto político, Mfuca Muzemba, de 39 anos, que este mês anunciou a sua saída oficial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), por problemas internos, disse que o objetivo é mudar a forma tradicional de se fazer política e participar nas próximas eleições gerais, previstas para 2022.

"Diante de todo o povo angolano, tomámos a decisão patriótica de apresentarmos uma solução que responda aos anseios da coletividade que é o Esperança. Um partido comprometido com os jovens, com os mais velhos, com as crianças, para um desenvolvimento sustentável do país, um património de e para todos os angolanos", disse.

Segundo o político, a perspetiva do Esperança, um partido de centro-esquerda, é a de vencer os vários desafios que "enfermam a sociedade angolana".

"Nós surgimos para introduzir alterações profundas consistentes e acabar com a forma tradicional de fazer política neste país", afirmou o político, garantindo que "o tempo do monopólio político, em que só dois partidos procuram dominar a vida política, acabou".

Mfuca Muzemba disse que está a nascer uma força política "determinante, de competição, capaz de criar alternância política", advogando que "Angola precisa entrar num novo paradigma político", o que é apenas possível "com uma nova geração política e com novas ideias".

"O povo, a minha geração, ganhou consciência de mudança e a mudança em primeira mão constrói-se também com esperança. O Esperança é resultado de um grande trabalho, o mérito de uma geração que nunca cruzou os seus braços em prol de uma Angola mais justa e desenvolvida", salientou.

Em declarações à imprensa, Mfuca Muzemba, que em 2013 foi suspenso por dois anos do seu cargo de secretário-geral da JURA, braço juvenil da UNITA, por suspeitas de corrupção e ligação ao MPLA, partido no poder, voltou a negar as acusações, considerando-as "falácias", que tentaram "tornar verdade uma mentira".

"E eu provo, a gente que está aqui acredita em mim, valoriza o meu percurso, que comecei muito cedo, aos meus 19 anos, fui um grande líder estudantil, partidário e serei um grande líder para esta nação Angola", disse.

O político manifestou-se otimista quanto à legalização do seu projeto político, questionado sobre um possível chumbo à sua intenção, como aconteceu com Abel Chivukukuvu, na tentativa de legalizar igualmente um projeto político, o PRA-JA Servir Angola.

"Eu espero que separemos as coisas, cada caso é um caso, não queremos nos comparar aos outros e valorizamos os seus trabalhos, mas queremos fazer diferente. Temos uma excelente equipa de advogados, pensamos que não é por lei, muito menos por orientação política que se coarta direitos e liberdades dos cidadãos de participarem da vida política e pública. Nós acreditamos que o Tribunal Constitucional vai impedir esta geração de sonhar", referiu.

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