No início era constituída por jovens, na maioria ex-delinquentes, mas na actualidade as BVC são integradas por professores, polícias e membros da comunidade.
“A brigada de vigilância leva a cabo um trabalho com a comunidade e a Polícia Nacional e também já temos ideia de espalhar para outras partes de Luanda, até porque há zonas que já aderiram e fazem parte da brigada de vigilância, polícias professores e cidadãos de vários estratos sociais”, diz o porta-voz da BVC no Sambizanga, Augusto Domingos Dala.
Mais conhecido por “Boy Boy”, o também logístico das BVC explica que graças ao antigo administrador do Cazenga, Tomás Bica, foi possível a constituição destas brigadas.
Entretanto, o morador do Cazenga, Joy dos Santos, que rejeita a institucionalização da brigada no município, classifica o grupo como uma verdadeira milícia.
“É uma verdadeira milícia até porque chega mesmo a fazer justiça por mãos próprias. Por exemplo, os bens das pessoas que roubam muitas vezes ficam com os jovens deste grupo de milícias e por conta disso a população do Cazenga rejeita esta milícia”, afirma Santos.
No Sambizanga, há denúncias de quatro mortes por espancamento.
“O meu irmão foi espancado até à morte e é o quarto caso aqui no Sambizanga” afirma um morador, enquanto uma senhora, que pediu o anonimato, conta que “eles invadiram a minha casa, era uma confusão”.
O porta-voz Augusto Domingos Dala nega a existência de mortes por culpa das BVC, mas admite que houve erros no início.
“Fala-se de quatro mortes porque no início as pessoas caíam em cima gritando gatuno, gatuno, mas desde que o administrador Tomás Bica meteu mão nisso tudo está mais organizado”, defende.
A VOA tentou contactar o Coordenador Geral das BVC, mas não tivemos qualquer resposta.
Sabe-se que o comandante municipal da Polícia Nacional, no Cazenga, superintendente Joaquim da Conceição “Kim Preto”, rejeitou igualmente a implementação da Turma do Apito no município do Cazenga pela forma como actua nas comunidades. VOA