Na passada quarta-feira, o parlamento angolano conferiu posse ao novo presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva, conhecido por ‘Manico’, com apenas 111 votos favoráveis de deputados do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), uma vez que a oposição abandonou em bloco o plenário.
Supostas “irregularidades, ilegalidades” e “inconstitucionalidades” são apontadas no processo de eleição do novo presidente da CNE, factos que deram origem aos protestos dentro e fora da sede do parlamento angolano.
“Aquele senhor”, prosseguiu, aludindo ao juiz ‘Manico’, “que foi lá colocado, vai tratar das eleições livres?”, interrogou-se, durante um discurso com cidadãos e militantes do seu partido no mercado do São Paulo, Luanda, no âmbito de uma visita que efetuou hoje aos municípios de Luanda e Cazenga.
Para o líder a UNITA, a luta para eleições livres e democráticas, para a liberdade, desenvolvimento e de uma Angola de oportunidades para todos ficou mais difícil com a eleição do presidente da CNE, admitindo “manifestações do povo e não apenas da UNITA”.
“Vamos todos manifestar, não vamos ficar uns em casa para depois dizerem que é a UNITA sozinha. Vamos ver se temos de facto essa decisão corajosa de reivindicar os nossos direitos (…)”, acrescentou.
Na sua intervenção, muitas vezes interrompida pela assistência, Costa Júnior considerou igualmente que o balanço da luta contra a corrupção, um dos eixos de governação do Presidente angolano João Lourenço, “é negativo”, responsabilizando os “marimbondos” pela atual situação do país.
Em Angola, marimbondo é a designação dada às vespas e, o combate à corrupção, descrito como uma luta contra “um ninho de marimbondos”.
Adalberto Costa Júnior assegurou ainda que o seu partido vai “pressionar” o parlamento angolano para a aprovação das restantes leis que conformam o pacote legislativo autárquico, tendo em conta as primeiras eleições autárquicas previstas para 2020.