“O governador Massano nunca devia ter dito isso à PGR, por não dominar a operação”, frisou. Em seu entender, foi baseando-se nos depoimentos de Massano que a acusação diz que ele (Válter) e o então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, camuflaram a operação, quando nunca tiveram essa intenção.
Valter Filipe garantiu que a transferência dos 500 milhões de dólares foi lícita e não foi feita às margens das normas que regulam o funcionamento do Banco Nacional de Angola.
Reagindo à acusação segundo a qual a transferência foi feita “às escondidas”, o arguido esclareceu que a mesma foi executada por quatro técnicos da Direcção de Gestão de Reservas, três técnicos da Direcção de Operações Bancárias e por técnicos da Direcção de Contabilidade.
Sublinhou que neste último departamento ocorreu um atraso no registo.
Válter declarou ainda que durante a passagem de pastas (para Massano, que o substituiu) prestou toda a informação relacionada a este processo, até então classificado de sigiloso pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a José de Lima Massano, seu substituto, e manifestou total disponibilidade para esclarecer as dúvidas que eventualmente surgissem.
Declarou ser impossível uma operação do género ter sido camuflada, tendo em conta que, para o efeito, teria de pedir aos bancos comerciais de primeira linha, para onde foram transferidos os 500 milhões de dólares, a omissão da mesma, o que seria impossível.
Recordou que para a realização dessa operação foi emitido um swfit internacional (código bancário) pelo departamentos de Operações Bancárias do BNA direccionado ao banco correspondente onde tinham o dinheiro guardado e este, por sua vez, emitiu outro swift para o banco onde a empresa que haveria de gerir o dinheiro tem a conta domiciliada. OPAIS