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Quinta, 01 Setembro 2016 15:32

Chivukuvuku devia ou não devia ter ido à festa de aniversário de Zedú? - Marcolino Moco

Nestas duas linhas de análise e julgamento pessoal do caso que faço, porque me impressionou a acalorada discussão que provocou nas redes sociais, aproveito para salientar alguns aspectos do meu próprio engajamento na luta pela correcção pacífica da situação jurídico-política e institucional grave que Angola vive. Tão grave (por isso mesmo uma pequena questão levanta tantas labaredas – não sangrentas ainda, graças a Deus) que devia preocupar mais gente de todos os quadrantes elitistas (no melhor sentido) de Angola.

Por Marcolino Moco

Primeira nota, não é a primeira vez que o presidente da CASA-CE é destacado pela comunicação pública, como sendo alvo de certa proximidade com o Presidente da República e presidente do MPLA, e de outros dirigentes desse partido, em festividades ligadas ao culto à personalidade de José Eduardo dos Santos, que já não devia fazer sentido, desde que estabelecemos o Estado Democrático e de Direito. Mas se estes actos se tornaram já uma tradição de Estado sob JES – só espero que o próximo “outro” PR não lhes dê continuidade – quero acreditar que os apanhados, aparentemente sintomáticos de aproximação entre Zedú e Chivuku, apenas derivam do proverbial à vontade deste último, perante o carácter permanentemente taciturno do primeiro e, quem sabe (tudo bem!) possa resultar daí a transição pacífica que almejamos para saímos deste mundo-cão em que chafurdamos a tanto tempo? 

Segunda nota, se, efectivamente, aqueles aspectos optimistas salientados na nota anterior são afastados, então, fosse eu Abel, pararia de participar ou, no mínimo, ser apanhado nestes actos de aparente branqueamento e humanização da imagem de um Chefe de Estado, que numa longa e permanente dança de “morde e sopra”, vai-nos despojando de dignidade a todos, mesmo daqueles que, ao seu serviço, estejam a pensar que se encontram nos píncaros da Lua. 

Terceira nota, o debate, que se desenrolou e ainda se desenrola nas redes sociais, parece maioritariamente fratricida, no sentido de acontecer, fundamentalmente, entre membros da UNITA (em cuja FM afecta foi desencadeada a polémica, rebuscando declarações antigas do presidente da CASA-CE, quiçá dos tempos em que era militante da UNITA) e membros da CASA-CE, atingindo, muitas vezes, o foro do despropositado. Com acusações e contra acusações de traições e contra traições tão perturbadoras quanto aquelas que vigoraram entre os três grandes movimentos de libertação nacional (FNLA, MPLA e UNITA), para gáudio dos que queriam perpetuar o colonialismo.

De esperar que as cúpulas não se deixem contagiar por este tipo de dinâmicas que pode ser, até, de proveniência suspeita.

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