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Quinta, 11 Agosto 2016 07:37

É de direito que o castigo e até a justiça venha das urnas

Para os que ainda tinha dúvida, a morte de um adolescente de 14 anos de nome Rufino, não pode ser visto só mais como um caso de erro ou de falha que que merece desculpa dos criminosos.

Por Nelo de Carvalho

Até porque esses criminosos estão bem identificados, e podem ser levados a justiça. Mas há algo numa Angola de hoje que impossibilita qualquer ato de justiça, é o fato de termos um partido corrupto no poder há mais de 40 anos.

O caso Rufino, não é um erro, não é uma falha, é o resultado de procedimentos de pessoas no poder que se sentem impunes, a cima de qualquer lei ou ordem. Os criminosos sentem-se em cima da nação, do povo e de quem quer que seja. São pessoas que não reconhecem e nem aceitam vive ou deverá viver uma democracia.

O caso Rufino, como outros, é o resultado de uma combinação de políticas e procedimentos em que uns são culpados por serem omissos, outros por agirem, ou até há os que deveriam agir nunca fizeram nada.

Rufino e muitos por aí que vão surgir ainda é a prova de que quando se governa sem equilíbrio, sem oposição e sem alternativa nos poderes, o destino de cada um de nós pode ser encaminhado por ordens superiores.

Não existe outra forma eficiente e madura para acabar com isso que não seja uma boa resposta nas urnas. A maior punição para um político numa democracia é saber que ele pode perder o poder pelos erros que comete.

Para um povo que é o verdadeiro soberano, monarca e rei de um regime em que a democracia fala mais alta, isso não pode ser um problema. Ao contrário, a arma que todo cidadão tem para se vingar e fazer justiça de quem fez do estado um instrumento para defender interesses seus.

Tragédias como a de Rufino, Ganga, Kassule e Camulingue devem acabar com aquele compromisso diabólico de que só o MPLA é o único capaz de resolver os problemas do Povo. Isso foi verdade até um dia depois da morte de Agostinho Neto.

Um corrupto como José Eduardo dos Santos não está interessado em saber quantos pessoas ainda vão morrer com a cólera, o paludismo ou mesmo as balas ameaçadoras, desde que ele continue no poder.

O destino de Angola não pode ser mais visto como só algo que o MPLA pode definir. É uma trajetória e caminho que está nas mãos de cada um de nós.

Para quem não sabia, a guerra em Angola acabou há 14 anos, mas nunca os angolanos estiveram tão desprotegido. Há quem nos tempos de guerra se habitou a pensar que estar protegido era só não morrer de balas. Veio a paz nosso alívio com relação as mortes cresceu exponencialmente.

Será mesmo?

Quantos hoje em Angola não choram pela perde de um ou mais seres queridos que morreram por febre amarela, paludismo e outras doenças curáveis transmitida pelo lixo e pela falta de higiene nos centros urbanos que compõe o nosso país.

Acreditar que o povo Angolano tem uma gratidão com o MPLA porque foi esse que conquistou a paz é uma estupidez. A paz foi conquistada pelo povo Angolano, e não por quem é do MPLA. Qualquer obra em Angola, Paz ou Guerra ou até as riquezas nacionais que são produzidas, são obras sociais. A diferença está em que o aproveitamento dessas obras têm sempre caráter individual.

É a regra máxima de uma sociedade capitalista, individualista e egocêntrica, ponha nela um bando de corruptos governando: todos os resultados sociais são sempre individualizados.

No caso de Angola é a mesma coisa ou ainda pior, o MPLA como um autentico partido corrupto, soube se aproveitar do que é de todos.

Mudar isso está nas mãos de cada cidadão Angolano.

 

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