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Sábado, 21 Mai 2016 14:33

O desencontro entre o MPLA e o povo que dele faz(ia) parte!

No debate de sexta-feira dia 20 de Maio (hoje), Roberto de Almeida (ou qualquer outro dirigente de topo do MPLA) era uma das pessoas esperadas na linha de debates da TVZimbo. O que ficou claro é que o MPLA ainda tem dificuldades de enfrentar o povo que governa; ficou claro que o MPLA percebe mal a situação criada pela sua governação; ficou claro que o MPLA tem dificuldades de lidar com os problemas das populações (acha que construiu um paraíso quando o povo - a maioria esmagadora - vive um verdadeiro inferno).

Por Albano Pedro

Ficou patente a posição de defensiva do líder partidário que colocou o povo e os partidos da oposição no mesmo pacote. Raras são as aparições públicas dos dirigentes máximos aos órgãos de informação massiva que ficou a impressão que havia saudades do povo em ouvir o comando de um dirigente e perceber se estão sintonizados com a realidade que concretizam com a governação. 

Pior do que tudo, ficou claro que o MPLA ainda vê inimigos entre os cidadãos que tão simplesmente desejam dias melhores para as suas vidas muito longe das lutas políticas que parece ser o foco dos dirigentes do partido no poder trazido desde a independência da república. 

Sobre a questão que eu coloquei via facebook (e oportunamente transmitida pelo Francisco Mendes, apresentador do programa) segundo a qual: porque é que o MPLA não realiza o Estado Social consagrado pelas normas constitucionais e prefere “atacar” os magros rendimentos dos cidadãos com taxas de lixos, preços de combustíveis e outros custos, não seria mais fácil explicar aos cidadãos sobre a necessidade de terem uma nova atitude em relação a gestão pública? 

Era preciso colocar-me na linha dos cidadãos que estão contra a gestão do MPLA? Não acha que a questão apresentada representa a grande preocupação ou inquietação da maioria dos angolanos? Então o MPLA está contra o povo que governa? O medo da alternância política é de tal modo exacerbado que todos os que não são militantes confessos do partido são da oposição? 

Fiquei frustrado com as posições defensivas de Roberto de Almeida. Estava a espera de um líder que viesse, com serenidade e sentido de nação e pátria - e paternidade (já que conduzem a governação do Estado de todos nós) apresentar visões optimistas e encorajadoras para levantar o moral dos cidadãos independentemente das cores partidárias. 

O vice-presidente do partido maioritário, Roberto de Almeida, perdeu a oportunidade de atrair para a simpatia do seu partido e da governação as vontades generalizadas que vão perdendo esperanças por uma governação pelo povo, para o povo e com o povo. Nessa fase de crise de todo o género (que até pode ser chamada de “atípica”) o MPLA precisa atrair o perdão do povo e não acusá-lo de conspirador. Sinceramente!

 

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