A desvalorização da moeda nacional encarece os custos daquilo que importamos, ou seja com a moeda desvalorizada perdemos poder de compra em relação aos bens produzidos no exterior. A queda nas importações leva uma diminuição na oferta que também eleva os preços internos. O aumento dos custos de importação serão repassados ao consumidor interno que por sua vez pode fomentar ainda mais a inflação.
É importante explicar aos Angolanos as vantagens de se ter um kwanza estável.
A inflação tem desvantagens claras, e vantagem nenhuma evidente no longo prazo. Se o kwanza desvalorizar, quem poupou dinheiro perde-o. Se o kwanza desvalorizar, quem se endividou vê encolher subitamente a dívida, ocorrendo na prática uma transferência inesperada e injusta de quem poupou para quem se endividou. Se o kwanza desvalorizar, é menos compensador investir no país, porque o investimento perderá valor.
Se o valor futuro da moeda for incerto, isso aumenta a incerteza sobre o valor futuro do investimento, retraindo também a vontade dos investidores em investir.
Quem defende a desvalorização do Kwanza quer que isso contribua para o crescimento económico porque uma desvalorização do kwanza faz com que as exportações nacionais fiquem mais baratas em moeda estrangeira. Mas as importações ficarão mais caras para os residentes. Portanto, haverá uma redução das importações. E isto é mau porque neste momento temos uma economia que para além do petroleo e diamantes só importa. O aumento do preço dos produtos importados tenderá a elevar os índices de preços.
diminuição das importações fará com que aumente a procura de bens nacionais substitutos dos importados. Caso a produção nacional não possa ser aumentada rapidamente (oferta inelástica a curto prazo), haverá pressão para aumento dos preços desses produtos, devido à maior Procura. É importante realçar que até as materias primas para a produção nacional são importadas.
Por último, os Angolanos tem problemas psicológicos relativamente à inflação. porque sabem o que sofreram no tempo do kwanza burro nos anos 90´s.
Por José Matuta Cuato
