Quais as ilações a tirar do que se passou? Duas. A primeira é que é má ideia por políticos a comentarem assuntos da Justiça (e vice-versa). Até porque para a opinião pública a dúvida vai permanecer: em Portugal vai haver quem pense que o arquivamento foi politicamente motivado; em Angola vai passar a ideia de que a pressão política e económica compensa. O que é uma vergonha para a Justiça.
A segunda ilação tem a ver com a própria PGR: a instituição aprendeu alguma coisa com este caso? Percebeu que os processos não podem continuar a ter um início sem que se saiba quando terminam (para evitar fritar a honra das pessoas em lume brando e na praça pública)?
As pessoas que lidam com estes processos perceberam o estrago que uma fuga de informação, ainda para mais de um processo em investigação, pode ter na relação entre dois países e o prejuízo que isso pode causar à economia (latu sensu) de um e outro lado? Se calhar não perceberam (cheira-me que as fugas de informação vão continuar). Mas qual é a surpresa? Não é o seu nome, nem os seus negócios, nem o seu emprego que ficam em causa com disparates destes, pois não?
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Camilo Lourenço