Quarta, 24 de Abril de 2024
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Sábado, 27 Mai 2023 20:48

Que venham às autárquicas

As pressões chegam de todos os quadrantes da sociedade angolana, todos em uníssono clamam favoráveis, para que o restante do pacote legislativo eleitoral seja definitivamente discutido, votado, terminado e proclamado no mais curto espaço de tempo. A gritaria incentivadora em favor das autárquicas, chegam de todos os recantos do país.

Somente no (Kremlin) sede do MPLA, o silencio é sepulcral, ninguém ali deseja de modo algum que as eleições sejam realizadas, porém, fica cada vez mais difícil encurtar ou diluir a força impactante pela realização das eleições.

Já chega de discursos manobristas a moda Gigi Fontes Pereira, o que importa agora, é que o Gigi Fontes Pereira e seus camaradas afetos ao MPLA da assembleia nacional e juntamente com o MPLA Kremlista, percebam de uma vez por todas, que existe ou fosso enorme, que os separa do MPLA profundo.

É preciso agora usar a inteligência e tomar medidas sabias e urgentes, para que a vontade expressa do povo seja materializada a contento. As eleições autárquicas tem que sair, não adianta vir com malabarismos, menos ainda se utilizem preposições discursivas vazias e descontextualizadas a lá Gigi Fontes Pereira. Não há como esgueirar-se ou fugir da realidade objectiva dos factos. Todos querem que as eleições autárquicas saiam do espaço da linguagem politiqueira profana 

As mulheres já deram o ar da sua graça, as nossas mulheres, as quinguilas zungueiras da nossa praça deram o mote, saíram as ruas de Luanda, sem temor nem medo, a intenção foi nobre e mostraram a sua força reivindicativa. Aqueles que se julgam acima de tudo e todos agora já sabem que até as pacificas cidadãs não aceitam mais os horrores praticados pelos situacionistas.

Aliás, o recado foi dado, resta agora aos mentores da tortura diária impositiva retirarem daí as devidas ilações. Fala-se a boca cheia, que a saída as ruas das corajosas mulheres, não teve o dedo da UNITA. 

As autoras da caminhada, seguida de manifestação, foi organizado e orientada por sectores do MPLA adversos ao terceiro mandato almejado pelo ditador João Lourenço apologistas defensores da realização das eleições autárquicas.

O que se aguardava que viesse a acontecer no cenário política doméstica, está agora a acontecer, Angola, quer eleições autárquicas, apesar do rei João Lourenço defender o contrário e fazer da divisão administrativa o seu salva vidas, a consumação das autarquias vai acontecer, até por que a só mesmo as eleições autárquicas evitara uma eventual implosão interna no interior da cúpula do MPLA. Desta vez, o cidadão atento e até mesmo os menos atentos já descortinaram, que o rei, além de se encontrar em via distinção, ele poderá também perder a coroa, todos sabem que o rei vai nu.

O presidente do MPLA sabe que, é importante entender o momento sui géneris que o país vive. Aliás, o presidente do MPLA como historiador, deveria saber fazer uma leitura exponencialmente realística sobre a situação aflitiva coexistente. 

O país está quase totalmente tumultuado, isso para ser generoso na análise. Faz-se necessário e urgente definir novas políticas públicas, e adequá-las, para que sejam inclusivas. Por outro lado, faz-se necessário descentralizar a administração pública, e sobretudo despolitizar o aparelhado estado centrado numa só pessoa. O regime terá que ser criativo para reverter o estado securitário e transforma-lo num estado de direito democrático, com uma policia e forças armadas exemplares e com características republicanas.

A tese que circunda(va) em círculos imperiais do MPLA, é, tudo fazer para evitar a todo custo que as eleições autárquicas se realizem. Na sede do (Kremilin) MPLA, todos conhecem o medo que João Lourenço nutre pelas eleições autárquicas, tudo tem feito para retirar da agenda do seu atribulado segundo mandato as autárquicas.

Porém, em sentido contrário, a vontade expressa do presidente não colhe, o sentimento da maioria dos membros de cúpula do MPLA, é precisamente contrária à vontade do presidente. Existe grande animosidade entre os defensores da realização das eleições á daqueles que se colocam do lado do presidente João Lourenço.

Até mesmo a base do MPLA discorda veemente do presidente. Existe um mar de militantes, que desejam ser eleitos autarcas, eles estão animados, eles querem sentir o real poder de ser diretamente eleitos per aqueles de quem emana o real poder. O desejo maior é o de não depender do chefe para vencer por mérito próprio.

Por outro lado, a CNE, por si só, teria esgotado o seu tempo de existência, as suas valências na programação e execução das fraudes eleitorais não teriam sustentação após as eleições autárquicas. De facto, esse factor, tira o sono e atormenta de sobremaneira os tachistas, os lambe botas e até mesmo atrapalharia a vida dos office boys serviçais.

O cerco se fecha, o presidente João Lourenço ainda não entendeu muito bem a situação. Acredita-se que os seus rapazes maldosos escondem dele a verdade instável por eles criada. Foi o seu falso élan, que o transformou na pessoa rejeitadíssima e impopular que é hoje. 

Todos os caminhos desaguam na necessidade urgente da realização das eleições autárquicas. Ninguém mais deseja continuar subserviente, menos ainda resignar-se à vontade de meia dúzia de opressores mangas de alpaca, que amordaçam o povo.

É bem vinda a ideia do parlamento desejar estabelecer diálogos abertos e abrangentes com todo país civil. Não cabe mais ameaças nem ciladas abusivas. O cidadão que viver livre no seu próprio país, não carece mais suportar as armações bélicas intimidatórias, esse tido de argumento armamentistas já não atemoriza ninguém.

Repito, a única saída para o MPLA continuar vivo e activo, reside na realização das eleições autárquicas, sem a realizações das mesmas, o país continuará aprisionado a vontade expressa do presidente do MPLA e dos seus mais directos asseclas. Vamos à luta e que venham então as eleições autárquicas.

Estamos Juntos

Por Raúl Diniz

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