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Segunda, 08 Setembro 2014 16:47

O Grito no deserto do Namibe

Aproveitamos esta oportunidade para chamar a atenção da opinião pública nacional e internacional para a gravidade das declarações proferidas a semana passada pelo governador da província do Namibe. Foram excessivas  no contexto actual do nosso país.

Os angolanos estão cansados de guerras cíclicas e de discursos de incitação à violência.  Os angolanos procuram hoje reencontrar-se, após anos de um longo e violento conflito que destruiu vidas humanas e separou famílias e amigos. O momento exige muita serenidade e não de discursos  inflamatórios.  Apelamos, assim, à sociedade angolana e às elites dirigentes do país em particular para se envidarem todos os esforços para a adopção de uma cultura de paz, de tolerância e de irmandade. Angola precisa, sim, de um discurso que tranquilize os espíritos, que dê melhores perspectivas aos angolanos e confiança no futuro, e não de declarações musculadas.

Por conseguinte, as declarações do Governador do Namibe são gravíssimas. Encorajam, de facto, os actos de intolerância política , como os que ocorreram a semana passada no Município do Cuemba que fizeram vitimas. Para um partido que é o MPLA, que diz ter vencido a guerra,  como o próprio governador afirma, hão haveria razões para tanto ódio contra a UNITA, com quem celebrou Acordos de Paz. Porque  tanto medo! A UNITA existe. Goste-e dela ou não.  Ignorá-la é pretender tapar o sol com a peneira.Tem o seu percurso e espaço político em todo o país conquistado ao longo de quase 50 anos da sua existência. Agiganta-se, assim, todo os dias. Vai continuar a existir e muito brevemente vai dirigir Angola para dar um novo rumo ao país. Por isso; o nosso apelo a serenidade.Num pais que se pretende democrático, tem-se de saber conviver com a diferença.  Concentremos, assim, as nossas energias, físicas e intelectuais para a construção da nação angolana pós-conflito.  Trabalhemos todos para a reconciliação e  unidade nacional e o exemplo deve partir do topo. A UNITA estende, assim, a sua mão a todos os angolanos que queiram dar a sua contribuição para o aprofundamento da democracia em Angola.

Por Alcides Sakala

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