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Segunda, 07 Setembro 2020 09:58

João Lourenço silenciado pela barbárie cometida pela polícia contra o Drº Silvio Dala

É tão exasperado esse sensacionalismo do Presidente da República Gen. João Lourenço que leva – o à depreciar a vida de um médico e compará – la ao preço de uma máscara que nas ruas cujo custo é inferior à trezentos kzs.

Em nenhuma parte do mundo, um médico morreria por não usar uma máscara facial, isso é idiotice aterrorizadora, é tolice colossal, é parvoíce ordinária, a vida de um médico não vale nem o preço de uma máscara, nem sequer o preço de um carro, como o regime de João Lourenço mata um médico por não usar uma máscara facial?

 Em que lugar do mundo estamos afinal? Numa selva de leões? Ou num mato de canibais ferozes onde a vida tornou – se tão desprezível que não valha enxergas de farrapos abandonados não ruas. Matar um médico por não ter usado uma máscara, é excessivamente obsceno e desumano, prova em carne viva que, João Lourenço, não valoriza a vida dos médicos, nem sequer a classe dos médicos.

— Mas porque é que os médicos permanecem dopados pelo silêncio?

— Porque é que a classe dos médicos aceita de mãos beijadas a morte de um dos seus, sem no entanto emitir um comunicado público de desobediência nacional aos serviços que os quais prestam? Os médicos ficariam todos nas ruas, sem ir mais aos hospitais, ficariam revoltados fora dos próprios hospitais a realizar manifestações, levantar as vozes em gesto de protesto contra a morte de um dos seus, ninguém colocaria os seus pés em nenhuma unidade hospitalar, para provar o quanto a vida de um médico vale para o País.

George Floyd (um marginal) morreu, e o mundo todo se revoltou contra o desumanismo da polícia norte - americana, porém, a morte do Dr.º Silvio está encoberta de um silêncio abismal, onde apenas figuras públicas como a Eng. Is, o músico Nice Zulo, William Tonet, e tantas outras, foram os únicos a mostrarem os seus descontentamentos com relação a morte deste valioso médico.

O Dr.º Sílvio morreu, mas ninguém realiza um facto (uma marcha por exemplo) que seja capaz de colocar o Estado bárbaro a pensar sobre o papel crucial do médico para a marcha dos acontecimentos nos hospitais? É o topo da ridicularização da saúde em Angola, e, do desdém à classe dos médicos. Tão desvalorizados, agora já são mortos pela polícia por não usarem uma máscara facial. Nem sequer a vida de um polícia vale à de um médico, quanto mais uma máscara facial? É absurdo isso, simplesmente indecifrável.

Um médico vale muito no mundo inteiro:

— No ocidente, na América do Norte ou mesmo do Sul, na Ásia ou na Austrália, mas em Angola, é comparado ao valor de uma máscara.

Onde é que já se viu isso? Matar um médico por não usar uma máscara? Isso é um barbarismo colossal, é uma desconsideração total à classe dos médicos e do seu valor para o bem da humanidade, é um desprezo abismal ao papel dos médicos sobre a salvaguarda da vida humana na face da terra. E, onde estão os médicos? Onde está a sociedade civil?

Apenas figuras particulares ergueram a sua voz, mas os demais, acorreram a um acto melancólico e enfadonho, sem divulgar nenhum sentimento de revolta contra esse acto bárbaro cometido pelo Executivo de João Lourenço que entregou à morgue um médico que valeria o salvar de variadas vidas. Os médicos precisam repensar o seu próprio valor e o seu papel para Angola. Precisam revoltar – se contra essa barbaridade, contra esse desumanismo que infecta a governação de João Lourenço, ao ponto de banalizar a vida de um médico e inferiorizá – la ao valor de uma máscara.

No dia em que o Dr.º Sílvio morreu, Lourenço acorreu ao tweeter expressando, nesta esfera, elogios em virtude do “live” realizado pelos cuduristas em prol da pessoa de “Sebem”, ao passo que afugentou – se ao silêncio tumular, sem ter faculdade alguma para reivindicar a acção canibal perpetrada pela sua própria força de ordem e segurança, que lançou – se de forma brutal contra o Dr.º Silvio, tendo – o açoitado e dilacerado, até levá – lo à morte.

As imagens que circulam nas redes sociais revelam tudo, não sendo necessário a voz dos polícias angolanos que abastardaram – se em mentir para salvaguarda dos seus nobres interesses. João Lourenço ao acorrer ao silêncio como forma de repulsa a morte do Dr.º Sílvio, apenas provou diante do mundo, que não valoriza a classe dos médicos, nem sequer os precisa para nada, se enalteceu o “live” dos cuduristas, deveria erguer a sua voz contra a morte de um médico por um polícia, mas o destino foi tão irónico que, Lourenço preferiu afugentar – se ao silêncio.

Matar um médico por não usar uma máscara, ainda por cima, dentro de um carro, não é apenas desumano, é um desprezo total à classe dos médicos, esse acto de morte pública do Dr.º Silvio só vem provar que João Lourenço valoriza mais os cuduristas, e, dá mais importância numa máscara que custa trezentos kzs que um médico que salva milhares de vidas em hospitais.

Em primeira instância, o malogrado, Dr.º Silvio não seria nem sequer levado à esquadra por não ter usado uma máscara dentro do carro em que se encontrava, ainda por cima, estava a sair de um banco pesado, teria sido multado e solto, porém, o Dr.º Silvio, como mostram as imagens, não sofreu nenhuma advertência pedagógica por parte da polícia, antes pelo contrário, foi torturado e morto pela mão da polícia.

Pela ironia dos factos, neste dia, em vez do Presidente da República compadecer – se com a morte de um médico por parte dos seus jagunços, acorreu às redes sociais para enaltecer os cuduristas por terem dado um “live” em nome de Sebem, provando ao mundo que, João Lourenço valoriza mais a vida de um cudurista, e o valor de uma máscara de trezentos kzs, que a vida de um médico.

Não se percebe porque razão, a morte de um marginal nos EUA (George Floyd) instalou um estado de terror no mundo inteiro, mas a morte de um médico instala um estado de silêncio, quer por parte dos cidadão residentes em Angola, como por parte dos governantes, não se vê o que se precisava ver, nem mesmo a classe dos médicos levanta a sua voz, como a de uma manifestação pública contra essa impiedade extremamente imunda, revelando descontentamento face à morte ferina que teve.

Vê – se a profunda existência de falta de solidariedade e falta de humanismo no âmbito dos cidadãos que residem em Angola, seria o povo quem levantaria a sua voz, e, por meio desta voz, faria chegar ao mundo inteiro o seu pesar, face a tirania imposta por João Lourenço e o seu Executivo em Angola, não se pode matar um médico por não ter usado uma máscara, isso não é apenas um desacato à vida, mas também uma violação cabal dos direitos do homem.

Por Amadeu Baltazar Rafael

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