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Domingo, 31 Março 2019 00:43

Eduardo dos Santos: símbolo de um mistério que irradiou os contornos da paz

Um arquitecto inegável de toda história nacional

Tudo quanto for realizado em Angola, no ângulo de memórias inerentes à figura de José Eduardo dos Santos, seja ela o que for: artigo de jornal, ensaio poético ou literário, revista científico – política e ideológica, filme de acção, fixação ou drama, música, estátua, nome de Universidade, rua, escola, cidade; não precisa de efeméride que tenha de justificar o quão elevado gesto de nobreza em nome daquele que foi, e será para sempre, sobre sucessões de gerações o maior ícone da história da humanidade residente em África, nem mesmo Mandela, soube fazer mais que este grande herói, de que tão trópegos e broncos um dia farão. O vulto heróico do Arquitecto da Paz, Pai da pátria democrática, Pai da Constituição angolana, Pai da unidade Nacional e Reconciliação Nacional, nunca se esfumará na distância dos anos, para que a “Vida e Obra” deste herói do tamanho do mundo, tenha de perder eco na consciência da angolanidade e até da própria africanidade. Tudo fez para que a zona austral do continente berço, colocasse os pés num lugar iluminado pela paz regional, e pelo equilíbrio geopolítico. Não obstante, em qualquer circunstância, enaltecer José Eduardo dos Santos, os seus feitos, e aquilo que ele representa à Pátria angolana e a própria Nação, constitui – se um sentimento de consciência patriótica fundamental para o destino do povo angolano em todos os seus tempos e circunstâncias em que estiver situado.

Não é necessário um feriado para prestar honra à José Eduardo dos Santos, José Eduardo dos Santos deve ser recordado todos os dias da nossas vidas no trabalho, no seio das famílias, nos shopings, em igrejas, nos jardins, no mar, nas escolas, nos locais de lazer, lá onde está um angolano, o sentimento de nobreza que representa José Eduardo dos Santos para a vida do povo e a sua consciência histórica, deve manter – se vivo, sobre sucessões de gerações, deve ser aplaudido, em qualquer circunstância de natureza social ou nacional, seja esta caótica ou boa. Foi do particular ao todo, deu a sua vida inteira para o bem da nação angolana, resgatando um País calcinado na guerra.

Aquele que se tornou o inegável arquitecto da paz, livrou a nação angolana das vozes da metralhadora e da dança da guerra, aquele que, implementou e consagrou uma Angola Democrática, aquele cujo papel foi de um verdadeiro actor do filme que mudou a vida dos angolanos para sempre, não pode ser colocado sob o mármore do esquecimento, deve permanecer vivo em todas as facetas sociais da vida do povo angolano, como um património vivo da humanidade que jamais se esgota, e, que ninguém pode substituir.

A intrigante situação do grito das armas, só foi assaltada por um fim, quando tombou em combate o líder criador da UNITA Jonas Savimbi, um dos três nacionalistas que lideraram a marcha da história rumo à Independência Nacional, a sua morte em combate, reflectiu no mundo e abriu portas para um novo começo do país minado pelo clima de guerra há longos anos. Após o alcance da paz em 4 de Abril de 2002, o nome de José Eduardo dos Santos, sempre nas alturas mais cimeiras da Pátria, como o único salvador e responsável por um destino salutar da nação angolana, andou nas páginas da história, com o qual se timbraram todos os factos que ocorreram na orla nacional desde que o mesmo fez – se presidente da nação como desaparecimento prematuro, do então presidente Dr.º Agostinho Neto ao 10 de Setembro de 1979.

A paz, é um recurso inegável à profunda estabilização social e económica da nação angolana, a sua preservação, requer de todos uma profunda valorização sobre a sua importância, quer seja do âmbito político, económico e social, a paz é um recursos insubstituível para a vida da nação angolana.

O equilíbrio geopolítico de Angola, que resultou num cessar de fogo, veio de longe como um processo de difícil alcance, que custou o sangue e a vida de milhares de angolanos, somente em 4 de Abri de 2002, as armas se calaram e o País abriu as suas portas para fazer entrar os raios da luz incididos pela paz.

A guerra, é até então, uma das mais dramáticas atrocidades que infecta a humanidade, e em Angola não foi diferente, o seu âmbito é ressaltado na dimensão de um esmagamento exuberante em todos os parâmetros: sócio – económicos, de infra – estruturas, educacional, técnico, de quadros, a guerra varreu tudo quanto se chamava bem da nação, ainda assim, adicionou a esse efeito exagerado a vida de milhares de famílias, deixando para trás, o saldo da orfandade, de viúvas, e dor insaciável da família, no âmbito da perda física de um soldado morte em combate.

A incansável busca pela paz nacional, esteve presente ainda numa era completamente imatura a que chamamos de Guerra Fria, desta as armas não recuaram, porém, o esforço pela materialização de um País dividido pelo som das balas continuava firme como no início na pessoa de José Eduardo dos Santos. Em 1975, Angola nasce como nação, porém, a guerra serviu também de conteúdo para envenenar a integridade nacional, assim, FNLA, MPLA e UNITA dividiram – se pelo País expressando a sua insatisfação pela boca da espingarda, o País ficou completamente contagiado pelo desentendimento que forçou os actores da história à acorrerem aos escombros.

Se de um lado FNLA, MPLA e UNITA dissociaram os Acordos de Alvor e volveram – se à luta, do outro lado, a luta entre FNLA, MPLA e UNITA significou uma nova viragem para África marcada pela colisão de dois blocos que jamais se entenderam: ex – URSS e EUA. Esse drama, ficou completamente conhecido pelos que mamam, pelos que choram e gatinham nas entranhas das ruas da história como a Guerra Fria em África. Nesta história, o regime o Apartheid terá sido movido à ajudar o seu confrade da América, e Cuba, não recuou, agarrou – se à ajudar Angola, na luta contra os imperialistas americanos.

A importância ideológica, geoestratégica e geopolítica de José Eduardo dos Santos transformou – se num pilar fundamental que deu sentido à nação angolana, com a sua mão de liderança, desde a era que recebeu um País dividido pelas armas, de 1979 à 1989, Angola tornou – se o palco do desfile de vontades estrangeiras, regionais e globais, o importante papel de Angola era ditado pelos interesses das maiores potências que dominam o universo, Angola passara a ser, nas palavras proféticas de Agostinho Neto: “A trincheira firme da revolução em África.” Ávido para materializar um sonho que terá levado mais de 30 anos, José Eduardo dos Santos, se terá colocado em frente das balas, quando a integridade do País causada pela Guerra Fria era inegável.

Uma guerra, que terá partido do sentimento de divisão tribal, regional e etinica, sentida na pele da FNLA, MPLA e UNITA, que na tentativa de querem governar o País só, assistiram ao desentendimento marcado pelas vozes incessantes das armas. O estado marcado por uma divisão dos partidos nacionalista, sepultou a paz na terra do silêncio e do esquecimento, fazendo com que ao 5 de Janeiro de 1975, no Quénia, às mãos fortes do Presidente Jomo Kenyatta, os três maiores representantes dos angolanos na era pós – independência (MPLA, FNLA e UNITA) começassem por procurar um País que se pudesse realizar num clima de fraternidade e paz, marcado na Cimeira de Mombaça, que terá dado um passo de cunho válido às estrofes de um novo começo. Porém, o fracasso entre os três movimentos, no que tange ao conjunto de circunstâncias que tentavam encontrar um clima de paz, descrevia a cada momento a letra primeira de um dicionário chamado Guerra, transformando Angola, num País que nasceu em guerra, a qual, permanecia teimosa sem querer se retirar nele. O papel de José Eduardo dos Santos, como factor decisivo para a paz em Angola, permanecerá intacto, nos catálogos históricos, como o património da humanidade, sobre sucessões de gerações.

José Eduardo dos Santos, símbolo de um mistério que, durante toda a sua vida e trajectória política e militar, instigou incessantemente o sacrifício de homens patriotas, que ansiavam por descobrir as soluções de um País escondido sob um manto chamado guerra.

Por João Henrique Rodilson Hungulo

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO (…).

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