Em declarações hoje à Lusa, António Freitas, representante desta estrutura que congrega quatro cooperativas e três associações lamentou a retirada da subvenção à gasolina, sem que estes profissionais tenham sido ouvidos, embora defenda uma solução alternativa aos cartões de combustíveis.
O Governo angolano iniciou, em junho passado, a retirada gradual do subsídio aos combustíveis, que começou pela gasolina, mas isentando algumas atividades económicas.
Agricultores e pescadores artesanais, taxistas e moto taxistas eram beneficiários dessa isenção, que vai acabar a partir de 30 de abril, através da entrega de cartões com um ‘plafond’ diário de 7.000 kwanzas (oito euros) para cobrir o diferencial entre os 160 kwanzas (0,17 euros) por litro, que custava a gasolina e os atuais 300 kwanzas (0,33 euros).
“Queremos subvenções, mas não através dos cartões, isso foi só um grande negócio”, criticou, acrescentando que há mais de 7.000 cartões por entregar aos taxistas e que ficaram nas mãos das administrações municipais.
Noutros casos, continuou, “os cartões vinham vazios (sem ‘plafond’)” ou ficavam até três meses sem serem carregados.
“O que queremos saber é onde ficou esse dinheiro”, questionou.
“Estamos abertos ao diálogo até dia 18. Se não se pronunciarem, a partir dessa data vamos começar a colar papéis nos táxis (apelando à paralisação nos dias 25 e 26)”, sublinhou.
Outras reivindicações passam pela criação de paragens de táxis e pela atualização das rotas de táxis.
“Queremos rotas definidas” defendeu o líder associativo, sublinhando que os preços devem ter também uma atualização, sem avançar qual a proposta que pretendem apresentar às autoridades angolanas
As viagens de táxi custam atualmente 150 kwanzas (16 cêntimos).
Os táxis privados de nove lugares, conhecidos como candongueiros ou “azuis e brancos”, e os mototáxis são os meios de transporte mais baratos e populares em Angola, com destaque para a capital, Luanda onde milhares de jovens se dedicam a esta atividade.
A União de Cooperativas e Associações pretende também a legalização dos transportes conhecidos como “gira_bairro” (veículos privados de transporte coletivo de passageiros) e o cumprimento do decreto-lei que estabelece o regime jurídico aplicável ao exercício das atividades de taxistas e mototaxistas.
Segundo António Freitas, atualmente estes profissionais estão em situação de ilegalidade já que não têm ainda a carteira profissional prevista no diploma.
“Até agora ninguém tem carteira, como é que a atividade não é legal, mas tem de se pagar licença de atividade, seguros, etc.” questionou.
A intenção de paralisar as atividades de táxis e mototáxis, devido aos seis pontos que constituem as principais preocupações, foi comunicada no dia 11 de março ao Governo Provincial de Luanda.
Segundo a nota a que a Lusa teve acesso, os representantes das cooperativas e associações reuniram-se com as autoridades provinciais no dia 8 de janeiro para apresentar as reivindicações, sem obter resposta desde essa data.