Quinta, 27 de Junho de 2024
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Quinta, 30 Mai 2024 15:18

Centrais sindicais angolanas parcialmente satisfeitas rejeitam fracasso no acordo com o Governo

As centrais sindicais angolanas afirmaram hoje não estar totalmente satisfeitas com o acordo assinado com Governo, prometendo “luta contínua”, tendo considerado que este não foi um fracasso, mas fruto de racionalidade e a ponderação.

Após assinatura do Acordo Trienal de Valorização dos Trabalhadores através do Diálogo Social (2025-2027) entre o Governo angolano e as centrais sindicais, que atualiza o salário mínimo nacional e ajusta o salário da função pública em 25% surgiram várias críticas contra os sindicatos.

Hoje, em conferência de imprensa, Teixeira Cândido, um dos porta-vozes das centrais sindicais, reafirmou a suspensão da terceira fase da greve geral, que tinha início previsto para a próxima segunda-feira, explicando que esta decorre até o cumprimento do acordo vigente (assinado na noite de terça-feira).

“Se não houver o acordo vigente nada impede que as centrais sindicais possam voltar a reunir os seus colegas e lançar mãos os instrumentos de pressão, não fizemos levantamento da greve, apenas suspendemos”, argumentou.

Os sindicatos "nunca iriam fazer um acordo que prejudicasse os interesses dos colegas, nós somos os primeiros interessados em proteger os colegas, da nossa parte o que era indigno é termos colegas com um salário mínimo de 32 mil kwanzas (34 euros)”, frisou.

“Claro que não estamos totalmente satisfeitos, mas também compreendemos que esta á uma luta contínua, na medida em que não podemos esgotar numa única luta, num único momento todas as questões que nos preocupam, precisamos de ir fazer conquistas a medida que o tempo vai passando”, argumentou.

A Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical - Central Sindical (FS-CS) foram os signatários do acordo com o Governo angolano.

As partes comprometeram-se, neste acordo de cinco páginas e com um roteiro de tarefas a serem implementadas até 2027, que a revisão salarial de toda a função pública decorrerá em três anos, com efeitos a partir de janeiro de 2025, com incremento de 25%, prevendo negociações em 30 de setembro de cada ano para aumentos subsequentes.

Em relação à atualização do salário mínimo nacional, decidiram de imediato um aumento de 70 mil kwanzas (75 euros), quase o dobro dos atuais 32 mil kwanzas (35 euros), o que deve evoluir para 100 mil kwanzas (107 euros), conforme exigiam os sindicatos, num período de dois anos.

Teixeira Cândido, também secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, rejeitou qualquer fracasso argumentando que as centrais sindicais foram à mesa das negociações com a expectativa de que não ganhariam tudo, mas, também, não sairíamos de mãos abanadas".

"Há aqui um equilíbrio, nós conseguimos 100% para algumas exigências e para outras não conseguimos totalmente, então não podemos qualificar esta luta como sendo um fracasso”,disse.

Considerou que as críticas surgem, no quadro das liberdades, salientando, no entanto, que estas estarão especificamente centradas para o salário, “que não é o único pressuposto da reivindicação”.

“Nós reivindicamos a nossa presença o INSS (Instituto Nacional de Segurança Social) e vamos pela primeira vez na história, deste órgão presidir o conselho fiscal (...). Não conseguimos no imediato o salário mínimo para 100 mil kwanzas (107 euros), vamos isso vai até 2026, mas usamos a racionalidade e a ponderação”, concluiu.

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