Bjornar Dahl Hotvedt discursava hoje na conferência de encerramento do Programa de Investigação Norueguês-Angolano sobre governação e política interna angolana, uma cooperação entre instituições académicas dos dois países, sob patrocínio da Embaixada da Noruega em Angola, que durou mais de quatro anos. Segundo o embaixador, em “tempos complexos” de desinformação, a pesquisa independente torna-se não apenas um valor académico, “mas uma necessidade para qualquer sociedade que aspire à soberania intelectual e ao desenvolvimento justo”. “Para um país como Angola – com uma história rica, uma população jovem e um potencial imenso –, investir na pesquisa independente é investir no futuro. É garantir que as decisões sejam guiadas por evidência”, frisou. O ato foi marcado pelo lançamento da antologia “Angola, pós-dos Santos”, que reúne uma coletânea de artigos produzidos por investigadores angolanos e noruegueses e outros académicos internacionais, que fazem investigação sobre Angola. A investigação, enfatizou o embaixador norueguês, promove a formação “de uma geração de pensadores críticos, capazes de questionar e propor soluções adaptadas à realidade do país”. “Desde o seu início, em 2020, o programa de pesquisas propôs-se a abordar questões centrais para o presente e o futuro de Angola: desafios políticos, as dinâmicas económicas e os caminhos para uma governança mais transparente, inclusiva e eficaz”, referiu. De acordo com o diplomata norueguês, “em tempos de mudança, como os vividos pelo país no período pós-dos Santos, essas questões exigem atenção crítica, análise rigorosa e, acima de tudo, um espírito de cooperação global”. A obra reúne diversas vozes, olhares e análises, sintetizando com profundidade e sensibilidade, os principais frutos do trabalho coletivo, destacou Bjornar Dahl Hotvedt. O diplomata norueguês realçou que a colaboração bilateral entre os dois países abrange as áreas dos direitos humanos, desminagem, empoderamento das mulheres, questões ambientais, no setor energético e um forte intercâmbio académico entre instituições norueguesas e três universidades angolanas. José Eduardo dos Santos, ex-Presidente de Angola (já falecido) governou Angola entre 1979 e 2017, altura em que assumiu o cargo o atual chefe de Estado angolano, João Lourenço, a cumprir o segundo mandato, que termina em 2027.