Terça, 21 de Outubro de 2025
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Terça, 21 Outubro 2025 18:04

Ucrânia: Cimeira entre Trump e Putin não deve ocorrer num "futuro próximo" - Casa Branca

A cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, anunciada na passada quinta-feira, não deverá ocorrer num "futuro próximo", afirmou hoje um responsável da Casa Branca.

"Não há necessidade de uma reunião cara a cara adicional entre o secretário de Estado [norte-americano], Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, e não há planos para o Presidente Trump se reunir com o Presidente Putin no futuro imediato", disse o funcionário, sob condição de anonimato, citado pelas agências de notícias espanhola EFE e norte-americana Associated Press (AP).

Segundo o responsável, a decisão foi tomada na sequência de um telefonema, realizado na segunda-feira, entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, para debater os contornos da cimeira entre os líderes norte-americano e russo sobre o fim do conflito na Ucrânia.

A conversa entre Rubio e Lavrov ocorreu depois de Donald Trump ter dito que os dois chefes da diplomacia se reuniriam esta semana para organizar a cimeira.

Já o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou hoje que não era urgente o encontro entre Putin e Trump, sublinhando que "é necessária uma preparação, uma preparação séria".

A reunião, anunciada pelo Presidente republicano na rede social Truth Social na quinta-feira após uma conversa telefónica com Putin, deveria ter lugar em Budapeste, embora a data não tenha sido fixada. Trump, que qualificou a conversa com Putin como "muito produtiva", indicou na mesma ocasião que o encontro entre ambos iria ocorrer dentro das "próximas duas semanas" ou seja, antes de novembro.

O Presidente norte-americnao também sugeriu na semana passada que a fronteira entre os dois Estados (Rússia e Ucrânia) deveria passar a corresponder à atual linha da frente de batalha.

Na sexta-feira, durante a sua visita a Washington, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de ceder territórios para pôr fim à guerra e defendeu que para parar o conflito e "ir para negociações de paz urgentemente, pelo caminho diplomático" é preciso "não dar mais a Putin".

O jornal Financial Times noticiou que a reunião entre Trump e Zelensky ficou marcada por uma discussão com gritos, ofensas e uma alegada ameaça feita pelo líder norte-americano de que Putin iria "destruir" a Ucrânia se o líder ucraniano não aceitasse os termos russos para o fim do conflito.

Ainda hoje, um responsável ucraniano revelou que Trump pressionou Zelensky a aceitar a cedência da região oriental do Donbass à Rússia durante a reunião na Casa Branca.

A fonte, que falou à agência France-Presse (AFP) sob anonimato, descreveu a reunião como "tensa e difícil", acrescentando que Trump pediu a Zelensky para ordenar a retirada das tropas ucranianas das zonas ainda sob controlo de Kiev, uma das exigências centrais do Presidente russo.

"A diplomacia de Trump deu-nos a sensação de estar a andar em círculos", comentou a fonte ucraniana.

O Kremlin tem insistido que qualquer acordo exige a retirada ucraniana das quatro regiões anexadas por Moscovo — Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia — e a renúncia formal de Kiev à adesão à NATO.

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