Sexta, 05 de Dezembro de 2025
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Sexta, 05 Dezembro 2025 22:09

Tempo de felicitar a UNITA e seus líderes do pós-conflito armado - Marcolino Moco

Se “há tempo para tudo”, este é o tempo para se felicitar a UNITA e seus líderes do pós-conflito armado, por mais um Congresso suficientemente exemplar – o XIV.

Realizado depois dos 50 anos de independência, é tempo para falarmos das responsabilidades, méritos e deméritos das três organizações políticas, que foram consagradas como os “únicos representantes do povo angolano”, só porque tinham armas na mão. Este foi o pecado original para estarmos hoje, aqui, como estamos.

Não me insultem, porque aqui não tenho espaço para me explicar, dando exemplos e contra-exemplos. E justificando as posições que muitos de nós tomamos nesses tempos que já lá vão.

O grande mérito da UNITA é o facto de ter conseguido sobreviver, até aqui, de uma sede tão grande de “destruição dos outros”. E não cair agora na armadilha de encabeçar nova violência, como alguns claramente o desejariam. Da violência nascem ou se reforçam ditaduras, já o dizia o jovem intelectual angolano Domingos da Cruz, que ainda assim foi enjaulado na masmorra dos 15+2. Só por ousar falar, a outros jovens, de alternativas não ditadas pelo “Ordem Superior”. Aquele que JLO jurou abolir e não aboliu, nos seus consulados.

A FNLA há muito se afastou do método violento, para impor vontades e interesses políticos, fazendo com que fosse o “capim a sofrer”, perante uma “luta de elefantes” gigantescos e insaciáveis. Isso referia o velho Holden Roberto. Essa organização perdeu a sua robustez antiga, na passagem para esse novo tempo, em que devíamos fazer melhor que o antigo colonizador e não fazemos. O bom é que ninguém responsabilizará, jamais, a histórica FNLA, pelas mortes e fome que continuam a acontecer, depois das guerras, por causa da dispersão de recursos, na imposição da exclusão de uns a favor de outros.

Assim sendo, só o MPLA, dos três, continua a ser arrastado na ideia de que pensar diferente, lá dentro, é o tenebroso “fraccionismo”, porque cá fora ainda proliferam inimigos a combater, “até à exaustão”.

E é Angola e suas populações a não passar para o outro tempo: o merecido tempo da prosperidade para todos, de acordo com os nossos vastos recursos e território. Há de acontecer.

Marcolino Moco

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