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Domingo, 26 Outubro 2014 22:45

Dilma Rousseff é reeleita presidente do Brasil

Com 99,7% das urnas apuradas e 51,55 % dos votos válidos, Dilma Rousseff está matematicamente reeleita presidente e irá governar o Brasil pelos próximos quatro anos. Em uma disputa acirrada com pesquisas apontando pouca diferença percentual entre os candidatos e apuração dos votos apertada, a presidente superou Aécio Neves. O candidato do PSDB recebeu 48,45% dos votos válidos.

Dilma dará continuidade ao governo do Partido dos Trabalhadores (PT), que chegou ao poder há 12 anos, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.  Entre as principais bandeiras de seu primeiro mandato e governo pós-Lula, estão a expansão dos programas sociais, como o Bolsa Família - que hoje atende 14 milhões de famílias e 50 milhões de beneficiados -, os baixos índices de desemprego e volumosos investimentos no PAC. Dilma defende que a inflação está 'sob controle' e que o Brasil escapou de consequências mais graves da crise internacional sem gerar desemprego ou recessão. Nos últimos meses, no entanto, o sobe-e-desce eleitoral nas pesquisas eleitorais refletiu-se na Bolsa e levou o dólar a bater a barreira de R$ 2,50.

Entre os desafios mais urgentes para 2015, estão o de recuperar a confiança de investidores e a credibilidade da política econômica, apontam especialistas. Articular uma base de apoio mais forte no Congresso e conseguir realizar mais alianças políticas também são apontados como fatores essenciais para uma governança com mais resultados nos próximos quatro anos.

Durante a campanha, Dilma prometeu um “novo ciclo de desenvolvimento para o país”, que se daria com a expansão dos investimentos em infraestrutura e fortalecimento do consumo em massa, por meio da ampliação do crédito e dos programas sociais. Afirmou que fortaleceria a atuação dos bancos públicos (Caixa Econômica, BNDES e Banco do Brasil), que são “maior instrumento de financiamento de longo prazo do país”. Para a educação, prometeu expandir o Pronatec, fornecer mais de 100 mil bolsas do programa Ciências Sem Fronteiras até 2018 e universalizar a educação infantil de 4 a 5 anos até 2016. No setor de energia, Dilma quer expandir a participação das fontes renováveis na matriz energética - sem reduzir a importância do pré-sal. Em infraestrutura, ela aposta na difusão da banda larga. Com um governo também tumultuado por denúncias de corrupção em instituições públicas e estatais, como o caso Petrobras, Dilma prometeu buscar a implantação de leis mais rígidas para combater a corrupção.

Biografia

Em 2010, aos 63 anos, Dilma Rousseff foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil, com cerca de 56 milhões de votos. Antes de chegar ao posto mais alto da política do país, Dilma ocupou cargos estratégicos durante o governo Lula. Participou, em 2002, da equipe de transição entre o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e, com a posse de Lula, assumiu o o Ministério de Minas e Energia. Entre 2003 e 2005, quando comandou a pasta, também presidiu o Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu o programa Luz Para Todos. Em 2005, muda-se para a Casa Civil, onde liderou o desenvolvimento de programas como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida. Tornou-se nome forte do governo Lula, ficando conhecida como a "mãe" do PAC e ganhou a fama de "gerente". No dia 3 de abril de 2010, resolveu deixar o governo para ser a candidata de Lula à sucessão da presidência.

Mineira, de Belo Horizonte (MG), Dilma nasceu em 14 de dezembro de 1947 e é filha do imigrante búlgaro Pedro Rousseff e da professora  Resende (RJ), Dilma Jane da Silva. Estudou na capital mineira, no tradicional Nossa Senhora de Sion e no Colégio Estadual Central. Começou cedo na política: aos 16 anos, já participava de grupos políticos e manifestações. Em 1969, conhece o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, com quem manteve um relacionamento por 30 anos e teria uma filha em 1976, Paula Rousseff Araújo. Por sua militância, foi perseguida durante a ditadura militar e condenada por "subversão". De 1970 a 1972, ficou presa no presídio Tiradentes, em São Paulo.

Em 1973, já fora da prisão, muda-se para Porto Alegre e entra no curso de economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1979, volta à militância dedicando-se à campanha pela anistia. Ajuda a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Rio Grande do Sul e, em 1986, ocupa o cargo de Secretária da Fazenda de Porto Alegre. Com a volta da democracia, participa da campanha de Leonel Brizola ao Palácio do Planalto em 1989 e, no segundo turno, apoia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1993, com a eleição de Alceu Collares para o governo do Rio Grande do Sul, torna-se Secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul.

Em 1998, inicia o curso de doutorado em Economia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2000, deixa o PDT e filia-se ao PT. O trabalho realizado no governo gaúcho chamou a atenção de Lula, que a chamaria para participar ativamente de seu governo.

EPOCA | AO24

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