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Sexta, 24 Outubro 2014 15:22

Nyusi e Frelimo vencem mais perde maioria qualificada e terá de negociar com a oposição

Filipe Nyusi venceu eleições presidenciais Moçambicanas e o seu partido a Frelimo venceu também mais perdeu a maioria qualificada no parlamento de acordo com o apuramento intermédio anunciado hoje pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral.

O candidato da Frelimo ganhou em Niassa e Cabo Delgado, no norte do país, e obteve expressivas votações nos quatro círculos eleitorais do sul, Maputo Província, Maputo Cidade, Inhambane e Gaza, e deverá conseguir um resultado global próximo dos 57 por cento, à frente de Afonso Dhlakama, com 36%, e de Daviz Simango, líder do MDM, com 6,5%.

Nas legislativas, os dados do apuramento provincial apontam para uma vitória da Frelimo, também com 57%, seguida da Renamo (33,8%) e do MDM (9,1%).

Segundo os dados, a Frelimo conseguiu 57 por cento dos votos o que lhe permitirá ter 140 deputados. Na última legislatura tinha 191 lugares na Assembleia da República .

Apesar da perda de 50 deputados no parlamento, a Frelimo mantém a maioria absoluta, mas não conseguirá mexer nas leis principais do país, nem proceder à revisão da Constituição sem negociar com a oposição.

Entretanto, a oposição, no seu todo terá na próxima legislatura 108 deputados, dos quais 89 da Renamo, que conseguiu 34 por cento dos votos, e o MDM, 19 assentos, relativos a 9 por cento dos votos expressos no passado dia 15 de Outubro.

Na quinta-feira foi terminado o apuramento em Sofala e Zambézia, no centro do país, e encerrada a contagem ao nível das onze províncias no país, cabendo agora à Comissão Nacional de Eleições (CNE) o anúncio dos resultados finais preliminares até 30 de outubro.

Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a 15 de outubro para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.

Os partidos de oposição têm denunciado fraudes em grande escala no processo eleitoral, incluindo enchimentos de urnas, editais falsos e erros nos cadernos, e ameaçam não reconhecer os resultados da votação. Na terça-feira, tanto a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em Moçambique como a embaixada dos Estados Unidos em Maputo alertaram para irregularidades no apuramento e apelaram às autoridades eleitorais para a correção de procedimentos errados.

Em resposta, a CNE declarou na quarta-feira que não vai deixar que fique “qualquer dúvida” em relação aos resultados das eleições gerais. “Não queremos que nada fique pouco claro. Não queremos que fiquem quaisquer dúvidas”, disse o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, em entrevista à estatal Agência de Informação de Moçambique (AIM).

O partido de Afonso Dhlakama, que desde 1994 luta contra a hegemonia política da Frelimo.

AO24

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