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Terça, 07 Outubro 2014 18:28

Presidente Queniano apresenta-se ao TPI por crimes contra a humanidade

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, deixou hoje Nairobi com destino a Haia, na Holanda, onde está a ser julgado por crimes contra a humidade, devendo comparecer na quarta-feira diante do Tribunal Penal Internacional (TPI).

O presidente embarcou num voo regular da Kenya Airways acompanhado pela sua mulher e um dos seus filhos, constatou um jornalista da agência francesa AFP.

Kenyatta, que anunciou a sua deslocação a título pessoal e não como chefe de Estado ao TPI, delegou os seus poderes ao vice-presidente Willian Ruto, pelo tempo que estiver em Haia.

Responsáveis políticos quenianos -- três ministros e seis deputados -- viajaram com o presidente queniano.

"Ninguém poderá dizer que compareço como presidente do Quênia", declarou Kenyatta no Parlamento, enquanto vários deputados expressavam apoio.

"Nada na minha posição ou em minhas ações como presidente justifica a minha presença no Tribunal", afirmou Kenyatta, que nomeará seu vice-presidente William Ruto "presidente interino" durante sua estadia em Haia para "proteger a soberania da República do Quênia".

De acordo com uma fonte da Presidência, Kenyatta viajou a título pessoal, pelo que os custos não serão suportados pelo Estado.

Kenyatta, de 52 anos, deverá ser na quarta-feira o primeiro chefe de Estado a comparecer durante o mandato diante do TPI.

Já tinha comparecido uma vez diante do TPI, mas foi antes da eleição para Presidente de março de 2013.

Desde então, o julgamento foi adiado diversas vezes, em parte devido à retratação de várias testemunhas importantes.

O Quênia perdeu a sua imagem de modelo de estabilidade na região no final de 2007, quando o líder da oposição, Raila Odinga, acusou o então presidente Mwao Kibaki de fraudar a sua reeleição.

Isso levou a distúrbios políticos que rapidamente deram lugar a massacres étnicos da tribo Kikuyu, à qual Kenyatta pertence.

O presidente lançou uma série de ataques de retaliação que mergulharam o Quênia na pior onda de violência desde a independência, em 1963.

NP

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