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Quinta, 26 Agosto 2021 19:41

Atentado em Cabul deixa 12 militares americanos mortos, diz Pentágono

Ao menos 12 soldados americanos morreram e outros 15 ficaram feridos nas duas explosões no aeroporto de Cabul nesta quinta-feira, confirmou o general Kenneth McKenzie, chefe do Comando Central americano durante uma entrevista coletiva.

A primeira explosão, havia dito mais cedo o porta-voz do Pentágono, John Kirby, ocorreu no Portão Abbey, o principal local de acesso ao aeroporto. A segunda detonação, a pouco metros da primeira, foi perto ou no Hotel Baron, bastante usado por diplomatas americanos e britânicos.

Desde o início da invasão, em outubro de 2001, 2.352 soldados dos EUA morreram no país da Ásia Central, segundo o Departamento de Defesa. Os americanos mortos nesta quinta, contudo, são os primeiros a perderem suas vidas durante a operação de retirada em curso desde que o Talibã retornou ao poder, no último dia 15.

Junto com seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os EUA tentam remover o maior número de pessoas antes do prazo final para sua retirada, em 31 de agosto. Os ataques desta quinta só acentuam uma já caótica situação no aeroporto.

Com voos civis interrompidos, poucos afegãos conseguem sair, já que a prioridade de remoção é para cidadãos estrangeiros e afegãos que trabalharam para as forças da Otan e receberam vistos dos países da aliança militar ocidental. Cerca de 95,7 mil pessoas foram removidas do país, mas milhares ainda esperavam do lado de fora quando as explosões ocorreram.

O número total de vítimas ainda é uma incógnita: ao New York Times, uma autoridade de saúde afegã disse que haveria ao menos 30 mortos, entre afegãos e estrangeiros, e pelo menos 120 feridos. Outra fonte, contudo, disse ao jornal que haveria ao menos 40 mortes e 120 pessoas feridas. À AFP, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, que condenou "veementemente" o ataque, disse que há entre 13 e 20 mortos e 52 feridos.

Ao jornal Telegraph, fontes do governo britânico afirmaram que informações preliminares indicam que a primeira explosão teria sido causada por um homem-bomba e foi seguida por uma breve troca de tiros. Logo depois, a detonação no portão do aeroporto teria sido causada por um carro-bomba. Todos os portões de acesso ao aeroporto teriam sido fechados.

A autoria das explosões não está clara, mas fontes do governo britânico afirmaram ao Telegraph que é "muito provável" que elas tenham sido orquestradas pelo Estado Islâmico do Khorasan, ou Isis-K, grupo que é inimigo tanto dos EUA quanto do Talibã. À Reuters, fontes anônimas do governo americano também afirmaram ter "bastante certeza" de que o grupo foi responsável pelo ataque.

Surgido em meados de 2014, o Isis-K tem como base ex-integrantes de um grupo igualmente radical, o Tehrik-i-Taliban, Movimento dos Estudantes, do Paquistão, presente em áreas de fronteira entre os dois países. Ele segue um modelo similar ao de outras células — chamadas de províncias — do Estado Islâmico pelo mundo: uma relativa independência da liderança do grupo, baseada na Síria e no Iraque.

Há dias, líderes ocidentais, inclusive o presidente dos EUA, Joe Biden, apontavam o risco de ataques no aeroporto, mas os alertas ganharam nova dimensão na noite de quarta-feira. Diversos países e o próprio Talibã destacaram que havia ameaças "muito críveis" do Isis-K e emitiram alertas para que os civis deixassem o aeroporto. Perante os riscos, vários países europeus já haviam suspendido a retirada de pessoas do Afeganistão. O Globo

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