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Domingo, 19 Julho 2020 13:41

BPC entrega 192 cartas de pré-aviso de despedimento

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) já procedeu, em finais de Junho, à entrega das cartas de pré-aviso aos trabalhadores visados no processo despedimento, resultado do encerramento de 53 agências e postos de atendimento em algumas províncias do país, anunciou o sindicato do bancários.

Segundo o presidente do Sindicado Nacional dos Empregados Bancários de Angola (SNEBA), Filipe Makengo, que falava hoje à Angop, as cartas de pré-aviso foram entregues no dia 29 de Junho aos trabalhadores, que já não tiveram acesso às instalações, para o cumprimento das suas tarefas quotidianas.

" A situação não foi fácil de digerir, pois apanhou os trabalhadores totalmente desprevenidos, moralmente e psicologicamente abalados ", lamentou o sindicalista em defesa dos trabalhadores bancários, tendo defendido um período de esclarecimento e sensibilização atempado.

Como caminhos para poderem evitar despedimentos, Filipe Makengo defende que os gestores do BPC deviam privilegiar a variante rescisão de contrato por mútuo acordo e a reconversão da força excedentária para as empresas comparticipadas e reforma antecipadas, com pacote de incentivos e benefícios atractivos.

Não obstante o passo já dado pelo Conselho de Administração do BPC, no quadro do Programa de reestruturação, referiu que a comissão de sindicato do BPC tem vindo a negociar com a Direcção, com objectivo de encontrar soluções que satisfaçam as partes.

Quanto à ideia da convocatória para a realização de uma greve dos trabalhadores, Filipe Makengo, admitiu que a mesma só poderá ter lugar caso o diálogo falhe.

" Esperamos que não seja necessário trilhar por estes caminhos ou soluções. Já imaginaram uma greve no sector bancário? Nem com a requisição civil. Os danos seriam severos e onerosos", interrogou, o responsável augura do sempre o diálogo permanente.

O responsável da direcção do SNEBA denúncia ainda não terem sido acauteladas muitas situações que a LGT protege, ainda reforçadas pelos decretos presidenciais decorrentes do estado de emergência.

Disse que os gestores do banco ainda vão a tempo de reflectir e revisar a decisão tomada.

O SNEBA entende a necessidade do plano de reestruturação, lembrando ser um processo que ciclicamente vinha sendo adiado pelas efémeras administrações, que nos últimos 4 anos passaram pela instituição bancária.

"Achamos que dado o momento de instabilidade social derivado da pandemia da COVID 19, que p país atravessa, seria aconselhável que os gestores temporizassem o processo de reestruturação", defendeu.

O plano de reestruturação do BPC prevê o redimensionamento da força de trabalho, mandando para casa mil e 600 trabalhadores, deste número exceptuam-se os trabalhadores que passarão a situação de reforma.

Esta cifra é para ser atingida até ano de 2023, em função de encerramento de mais agências e postos de atendimento.

Nas últimas declarações do presidente conselho de administração do BPC, André Lopes, foi garantido além das indemnizações prevista na Lei Geral de Trabalho, a indemnizações calculadas nos termos da Lei Geral de Trabalho e acrescida de uma compensação financeira de 20 por cento.

Os trabalhadores afectados também vão beneficiar de perdão de crédito, até ao montante global de 15 milhões de kwanzas, desde que contraído até 31 de Março de 2020, concessão de crédito até três milhões de kwanzas, para início da actividade económica e pagamento de duas acções de formação profissional por cada colaborador.

Para os colaboradores a serem abrangidos pelos despedimentos por mútuo acordo, o banco promete a manutenção do seguro de saúde durante seis meses.

A redução do pessoal resulta de um conjunto de medidas adoptadas para reduzir os custos operacionais, que actualmente são de longe superiores aos proveitos, segundo o seu presidente André Lopes, numa recente mensagem dirigida aos trabalhadores.

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