O chefe de Estado discursava no Palácio Presidencial em Luanda, na cerimónia de tomada de posse do novo Governo, remodelado segunda-feira, na sequência da redução do número de ministérios, que passaram de 28 para 21 órgãos ministeriais.
“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para, muito sinceramente, reconhecer o gesto de simplicidade, de modéstia, que alguns, que até há poucos dias desempenharam as funções de ministros em diferentes pastas, aceitaram o convite para, praticamente no mesmo ministério, onde foram ministros, desempenharem a função de secretários de Estado”, disse João Lourenço.
Entre estes contam-se os ex-ministros Nuno Caldas Albino, Ana Paula Carvalho, Maria da Piedade de Jesus e Paula Coelho que tutelavam, respetivamente, a Comunicação Social, o Ordenamento do Território, a Cultura e o Ambiente, e vão agora assumir secretarias de Estado nas mesmas áreas.
Para o chefe de Estado angolano, o exemplo destes governantes “deve ser tido em devida conta” conhecendo-se a “cultura política” do país.
“Devo confessar que, quando orientei que fossem feitas as consultas, não esperava obter respostas positivas. Fui surpreendido e isso é de louvar, porque todos nós conhecemos a nossa cultura política”, destacou.
O chefe de Estado angolano divulgou, na segunda-feira, a lista dos novos membros do executivo, na qual se destaca a saída de Manuel Augusto, das Relações Exteriores, substituído pelo seu secretário de Estado, Tete António.
Da longa lista de exonerações divulgada pela Casa Civil da Presidência constam 17 ministros e 24 secretários de Estado, bem como o secretário do Presidente da República para os Assuntos Políticos, Constitucionais e Parlamentares e o diretor do Gabinete de Ação Psicológica e informação da Casa de Segurança do Presidente da República.
Em declarações à comunicação social, a nova ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, Adjany Costa, afirmou que tem a possibilidade de dar uma visão externa ao executivo, “tendo a experiência de campo e a experiência técnica”.
Adjany Costa, de 30 anos, a mais nova ministra do Governo de Angola referiu ainda que pretende integrar “tanto a parte decisiva como a parte aplicativa”, integrando diferentes componentes do mesmo ministério.
“Não consigo fazer nada sequer sem ter que absorver a experiência de todo o mundo que já lá trabalha e de todo o mundo que não trabalha, mas que integra as políticas criadas pelo ministério”, referiu.