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Domingo, 01 Dezembro 2019 22:11

João Lourenço fala mais que dos Santos, mas também erra mais...

A dubiedade de João Lourenço começa a atingir proporções alarmantes. A cada aparição uma polémica. Assim tem sido a vida política daquele que era tido como o salvador da Pátria.

O MPLA tornou-se especialista em driblar os problemas maquilando-os de forma quase perfeita. O problema é que o povo de hoje não é o mesmo povo que permitiu os 40 anos de governação de José Eduardo dos Santos e sua quadrilha.

Mas uma vez João Lourenço deu uma no cravo e outra na ferradura, ao afirmar que a criminalidade em Angola está ultrapassada. Mas como pode ele fazer afirmação dessas? Não é possível que João Lourenço veja na sentença de morte de algumas dezenas de jovens a resolução do problema! E foi mais longe e profundo ao dizer que "a polícia está a cumprir com o seu papel"! Não, a polícia não está a cumprir com o seu papel. O papel da polícia não é matar, é prender. A polícia só mata porque todo o sistema está de tal forma viciado que não lhes resta alternativas.

A sentença de morte fere a nossa Lei Maior, e é contra os direitos fundamentais do homem. A vida é o bem maior, e ela é protegida pela Constituição. Ao ser retirada deliberadamente, constitui um erro. O PR tem o dever de fazer cumprir a constituição, não de ofende-la.

O MPLA habituou-se a atacar os problemas não as causas, e aí está o grande problema. A cidade de Luanda acorda todos os dias com mortos espalhados pelas ruas com pistolas ao lado. No meu tempo ver um morto era algo inimaginável, hoje em dia crianças já nem dão grande importância ao se deparar com um corpo prostrado no chão.

Para finalizar, João Lourenço deu o exemplo de Agostinho Neto e outras figuras do MPLA que vieram de famílias pobres (hoje são multibilionários) e que nem por isso entraram no mundo da criminalidade (?). Mas uma vez João Lourenço perdeu uma oportunidade para estar calado. Os dirigentes do MPLA não são exemplo para ninguém. Aliás, são eles quem causaram as assimetrias que levaram grande parte da juventude à delinquência.

O combate à criminalidade faz-se com políticas de inclusão.

Dêem a juventude aquilo que ela reivindica (educação de qualidade, possiblidade de se formar; saúde; emprego; possibilidade de crescimento). Hoje é o povo a sofrer as consequências da criminalidade, amanhã são vocês.

Por Subversivo Angolano

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