A publicação adianta que no mesmo local, cerca de 50 quilómetros a norte da cidade de Luanda, será construída uma base naval, a que se associará um plano de aquisição de navios de guerra, tendo em vista reforçar o combate à pirataria marítima e terrorismo, ameaças à segurança do país e a interesses económicos vitais, entre os quais a exploração de petróleo e gás no mar, adianta a mesma publicação.
Estima-se que o grau deste tipo de ameaças a activos económicos de Angola situados no mar tenderá a crescer nos próximos anos devido a factores como a expansão da zona marítima de exploração petrolífera provocada pelo início da produção no pré-sal e a previsões de maiores actividades criminosas, como a pirataria marítima tendo por alvo a indústria petrolífera em países da área do Golfo da Guiné.
O porto de Luanda tem estado a funcionar no limite da sua capacidade nos últimos anos, que foram de grande expansão no comércio exterior angolano e que apenas no primeiro semestre registou um aumento de 68% na movimentação de cargas.
No final de 2013, estima-se que 600 mil contentores tenham sido movimentados no porto da capital, quando em 2007 houve 150 mil contentores movimentados.
No Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017, o governo atribui “especial prioridade” a estes projectos, prevendo investir cerca de 8,8 mil milhões de dólares neste sector no decurso dos próximos cinco anos.
O porto do Lobito – o segundo do país – oferece vantagens como a maior profundidade das águas e a proximidade das regiões mineiras de Catanga, na República Democrática do Congo e do corredor de cobre da Zâmbia.
O governo já investiu 1,2 mil milhões de dólares na modernização e ampliação deste porto e o plano nacional de investimentos contempla a ampliação dos portos já existentes, além de três novos portos, nas províncias de Cabinda, Bengo e Cuanza Sul.
Os portos de Angola desempenham um “papel fundamental” na dinamização das exportações do país, quer como porta de entrada de mercadorias para África, quer como plataforma para o abastecimento dos países vizinhos e ligação à Europa e à China, afirmou recentemente o português Banco Espírito Santo.
“O desenvolvimento portuário é fundamental, como resposta ao crescimento da procura interna e ao forte aumento das dinâmicas comerciais”, refere o documento de análise divulgado por aquela instituição, onde se sublinha que os portos de Angola podem ser “uma plataforma marítima para África.”
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