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Terça, 01 Outubro 2024 15:02

Dívida angolana aos Estados Unidos subiu 223% nos últimos sete anos

Aproximação aos norte-americanos tornou o país de Biden no terceiro maior credor de Angola. Cada angolano deve mais 55,6 dólares aos Estados Unidos em relação ao valor que estava contabilizado antes de João Lourenço chegar ao poder.

A chegada de João Lourenço ao poder, em 2017, levou à redefinição das prioridades do país na relação com as principais potências mundiais, iniciando uma aproximação mais declarada aos Estados Unidos em detrimento da China que deu fôlego à economia angolana desde a proclamação da paz com um mega financiamento.

Conhecidos pelos investimentos concentrados no sector petrolífero, os norte-americanos, na ‘luta’ para quebrar a hegemonia chinesa em África, passaram a olhar para o território angolano, o maior parceiro comercial africano da China, com o fito de tirar vantagens com o corredor do Lobito que passa pela Zâmbia e pelo Congo Democrático. É deste modo que Os Estados Unidos começaram, no consulado de João Lourenço, a conceder cada vez mais dívida canalizada, sobretudo, nos sectores de energia renováveis e da agricultura.

Os sinais de aumento da dívida com os norte-americanos começaram justamente em 2017, com os números a ultrapassarem, pela primeira vez desde 2012, a barreira dos mil milhões de dólares, com um crescimento de 86%, face aos 722,4 milhões de dólares do exercício de 2016.

A partir daí a busca pelo dinheiro norte-americano intensificou-se, excepto em dois exercícios (2019 e 2020), por conta do mercado financeiro mundial em decorrência da pandemia da covid-19. Nesse intervalo, os números recuaram para a casa dos milhões, ao fixarem-se em 890 milhões e 765,1 milhões de dólares, respectivamente.

Em termos cumulados, ou seja, de 2017 ao segundo semestre do presente ano, o stock da dívida aumentou para os 4,3 mil milhões de dólares. Ou seja, a dívida cresceu 3,010 mil milhões de dólares nos últimos sete anos, cerca de 223,8%.

Os números estão muito acima da dívida contraída no último ano do consulado de José Eduardo dos Santos (722,4 milhões de dólares), conforme indicam os dados estatísticos do Banco Nacional de Angola (BNA). Contas feitas, cada um dos mais de 34 milhões de angola- nos agora deve aos norte-americanos 128,1 dólares.

Se comparada ao período antes da mudança de Governo na era Lourenço, a dívida no bolso de cada cidadão aumentou 76,68%, visto que, na altura, cada angolano devia 72,5 dólares. Deste modo, em termos de dívida bilateral, os Estados Unidos tornaram-se no terceiro maior credor de Angola, com tendência crescente.

O mercado chinês, maior credor com 15,8 mil milhões de dólares, não tem sido o preferencial para contrair novas dívidas. João Lourenço não conseguiu nenhum empréstimo dos chineses. Pelo contrário, o Governo angolano tem sido apertado para reduzir a dívida, tendo já conseguido liquidar 7,3 mil milhões nos últimos sete anos. O segundo maior credor é o Reino Unido, com 13,4 mil milhões de dólares. Valor Económico

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