Sábado, 10 de Agosto de 2024
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Sexta, 09 Agosto 2024 22:32

Serviço da dívida angolana custa 877 milhões de dólares em Julho

Cerca de 877 milhões de dólares (780 mil milhões de kwanzas), duas vezes acima da folha salarial dos funcionários públicos, foi o valor que o Governo angolano gastou para o pagamento do serviço da dívida, em Julho último, segundo o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.

De acordo com o dirigente, que falava durante a 26ª sessão temática que abordou o tema “Programa de Reforma e Sustentabilidade das Finanças Públicas”, a actual folha salarial está estimada em Kz 295 mil milhões.

Referiu que foi necessário fazer “exercício” no sentido de prestar, exactamente, a responsabilidade do Estado, com realce para o pagamento do salário e da dívida.

Dados publicados pelo Jornal Expansão, em Junho último, indicam que a dívida total interna e externa angolana, no final de Março deste ano, era equivalente a 67.203 milhões de dólares, equivalente a quase 56 biliões de kwanzas, sendo 74% da dívida global era externa, enquanto os restantes 26% têm como credores instituições nacionais.

A dívida pública está dividida em dívida externa e dívida interna. A externa está catalogada por cinco áreas: dívida comercial, feita a bancos estrangeiros, multilateral (a instituições internacionais, como o FMI e o Banco Mundial), bilateral (Estado a Estado), fornecedores e os subscritores dos eurobonds.

Relativamente à venda de Obrigações do Tesouro (OT) e a emissão de Eurobond, Ottoniel dos Santos afirmou que estas operações “não têm uma relação directa com o serviço da dívida”, pois, o país emite OT no mercado nacional para investidores que estão a operar no território angolano.

Na ocasião, o secretário de Estado lembrou ainda que, no período de 2014 a 2017, o país registou a maior recessão económica da sua história, face aos múltiplos e sucessivos choques num só período.

 

Perante esse cenário, recordou, o Executivo fez um diagnóstico no quadro económico de Angola e desenhou um plano que criou as bases para o início de reformas, em 2018, com o Plano de Estabilização Macroeconómica.

Acto contínuo, referiu, estabeleceu-se uma regra numérica da dívida, definindo uma redução contínua e sistemática da dívida para níveis iguais ou inferiores a 60% do PIB no médio prazo, tendo reduzido durante a reforma o rácio da dívida até um nível de 66,1% do PIB.

Quanto à arrecadação de receitas, Ottoniel dos Santos avançou que, em 2024, prevê-se arrecadar mais de 17 biliões de kwanzas, sendo 59% da receita petrolífera.

A 26ª sessão temática, que hoje abordou o tema “Programa de Reforma e Sustentabilidade das Finanças Públicas”, é uma promoção do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), no âmbito do programa do Executivo de reforço da relação com os cidadãos. HM/QCB

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