Essa perspectiva foi demonstrada esta quinta-feira, em Luanda, pelo economista-chefe do Standard Bank para Angola, Moçambique e República Democrática do Congo (RDC), Fáusio Mussá, que prevê o registo de um mercado cambial angolano relativamente estável durante este ano, em comparação ao ano passado.
O especialista, que falava durante a primeira edição do Briefing Económico/2024, que teve como tema “A situação macroeconómica de Angola”, clarificou que o facto de se prever uma estabilidade da taxa de câmbio “não implicará ter uma normalidade no funcionamento do mercado cambial”, devido à contínua escassez de divisas.
Actualmente, um dólar vale cerca de 840 kwanzas, enquanto um euro equivale a 902 kwanzas, o que demonstra que a valorização da moeda nacional ainda continua aquém do esperado, comparativamente à moeda externa.
Perante essa situação, o economista sugere que o Governo angolano continue a fazer reformas macroeconómicas eficazes, com destaque para a redução dos subsídios dos combustíveis, que deve ser feita através de uma “boa comunicação aos cidadãos”, visando baixar a actual taxa de inflação no país.
Para Fáusio Mussá, ao reduzir ou retirar a subvenção aos combustíveis, é fundamental transmitir essa informação com maior transparência possível às pessoas, mostrando à população os reais ganhos desta medida.
Recordou que a inflação situou-se em 24% a nível nacional e 33% em Luanda, em Fevereiro último, prevendo uma taxa de inflação de 28%, em Julho deste ano.
No domínio fiscal, a fonte considerou os pressupostos existentes no Orçamento Geral de Estado/2024 como suficientes e robustos para gerar alguma consolidação que se consiga reduzir a dívida e de certa forma mobilizar recursos para apoiar a economia.
O Standard Bank é um banco sul-africano especializado em avaliação de indicadores macroeconómicos que actua em 38 países, dos quais 18 estão na África. Esta instituição era uma filial do banco britânico Standard Bank.