"A inflação vai continuar mais elevada que 22% no segundo trimestre do próximo ano devido aos efeitos da enfraquecida taxa de câmbio nos bens de consumo importados", disse Gerrit van Rooyen, acrescentando que "a previsão aponta para uma taxa média da inflação de 20,8% em 2024, acima da média de 13,6% registada este ano".
No comentário à decisão do Banco Nacional de Angola de subir a taxa de juro de referência em 100 pontos-base, para 18%, na terça-feira, o analista do departamento africano da consultora britânica Oxford Economics afirma que "apesar de o BNA ter estado relutante em aumentar as taxas de juro desde o 'crash' do kwanza, por causa da fraqueza na economia interna, o banco central deverá continuar a subir a taxa de juro, para 19% no primeiro semestre de 2024, já que a inflação deverá continuar a aumentar e a recuperação económica nos próximos trimestres deverá ser apenas modesta".
Para a Oxford Economics Africa, o kwanza deverá manter a atual taxa de câmbio, entre 830 e 845 kwanzas por dólar, até final do próximo ano, uma decisão sustentada numa "recuperação moderada" das receitas petrolíferas.
O banco central angolano anunciou na terça-feira que subiu a taxa de juro de referência para 18%, antes fixada em 17%, devido à trajetória crescente da inflação, e prevê continuar com uma política monetária restritiva.
“A trajetória da inflação recomenda a manutenção do sentido restritivo da política monetária com vista ao seu alinhamento com o objetivo de médio prazo, situação que continuará a ser monitorada pelo Banco Nacional de Angola e que poderá levar á tomada de medidas adicionais caso se afigure necessário”, lê-se no comunicado divulgado no final da reunião.