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Segunda, 29 Setembro 2014 07:54

Taxistas orientados a manter as tarifas depois da subida de gasolina

O presidente da Associação dos Taxistas, Manuel Faustino, aconselha os seus associados a não alterarem as actuais tarifas, pelo menos nos próximos dias, em função do aumento dos preços dos combustíveis.

Manuel Faustino entende que a tarifa do táxi está desajustada, mas afirma que qualquer alteração deve ser feita através de acordo entre a Associação dos Taxistas e o Ministério das Finanças.

“Gostava de lembrar que há muito tempo a Associação tem defendido o aumento da tarifa, mas gostávamos de alertar os taxistas de Luanda que não devem fazer qualquer alteração, tendo em conta que fomos agora convidados pelo Ministério das Finanças para um encontro na segunda-feira", disse Manuel Faustino à Rádio Nacional de Angola.

O director do Gabinete de Estudos e Relações Internacionais do Ministério das Finanças, João Boa Kipipa, considera que a subida dos preços dos combustíveis enquadra-se numa reforma prevista há muito tempo.

“A preocupação central é continuar a garantir a sustentabilidade das finanças públicas e a estabilidade macroeconómica. Os subsídios representam cerca de quatro a cinco por cento do Produto Interno Bruto e há de facto necessidade de garantir que estejamos a caminhar no sentido mais racional, isto é, realizar alguma poupança em matéria de subsídio para poder proteger os menos favorecidos", disse, esclarecendo que estas medidas constam do pacote de exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A Sonangol aplaude esta medida governamental, segundo o porta-voz e director de marketing da empresa, José Donge. Acrescentou que os custos de produção e outros encargos já aconselhavam os reajustamentos das tarifas dos derivados do petróleo.

“Para a Sonangol é uma notícia bem vinda, tendo em conta que nós temos comprado o nosso produto no mercado internacional, já que a produção nacional não consegue  suprir a demanda local. Esta medida vai permitir melhorar também, em parte, a nossa rentabilidade, porque vamos ter um preço mais aproximado ao preço real. Portanto, é um ganho para a empresa", referiu.

Os preços dos combustíveis sofreram, desde as zero horas do último sábado, um aumento de 46,4 por cento.

Deste modo, o litro da gasolina passou a custar 75 kwanzas, o de gasóleo 50 kwanzas e o de petróleo iluminante 35 kwanzas.

O quilo de gás passou a custar 45 kwanzas, o que implica dizer que a botija de gás de seis quilos aumentou para 270 kwanzas, a de 12 quilos para 540 kwanzas e a de 51 quilos para 2.295 kwanzas.

O preço de fuel leve e pesado aumentou para 50 e 34 kwanzas, enquanto o quilo de asfalto passou a custar 19 kwanzas.

Os preços dos combustíveis, apesar destes ajustamentos, continuam a ser subsidiados pelo Orçamento Geral de Estado, de onde, só em 2013, foram transferidos 552,9 mil milhões de kwanzas, representando cerca de 12 por cento da despesa total neste mesmo ano.

Esta actualização reflecte o compromisso do Executivo em continuar a melhorar a despesa e eliminar, de forma gradual, os subsídios que incidem sobre os preços fixados de venda ao público. Os últimos ajustes foram em 2005 e 2010, registando um aumento de 138,35 e 46,4 por cento.

Jornal de Angola / AO24

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