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Quinta, 10 Março 2022 13:37

Invasão da Ucrânia constitui “momento desafiante” para Angola e para a bolsa de valores

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) considerou hoje que a invasão militar na Ucrânia se traduz num “momento desafiante” para o país e para os operadores da bolsa, defendendo a “criação de mais soluções de investimento”.

“É um momento desafiante para todos nós, é um momento em que temos de criar mais soluções de investimento. Desde 2014 que a Bodiva está a funcionar e temos negociado sensivelmente títulos do tesouro, negociamos obrigações corporativas”, afirmou hoje o administrador executivo da Bodiva, Odair Costa, quando questionado pela Lusa.

O responsável recordou que a bolsa angolana também negoceia fundos de investimentos, mas, observou, “é preciso dar o passo seguinte que é lançar o mercado de ações e permitir que as empresas se possam financiar por via desse mercado”.

Segundo Odair Costa, para Angola a invasão militar russa na Ucrânia terá impacto negativo e positivo, referindo que a componente negativa da ofensiva da Rússia, para o país africano, “é o aumento generalizado dos preços”.

“Não só das matérias-primas, mas daquilo que são os cereais essenciais para a nossa alimentação, o aumento do custo do frete marítimo, portanto nesta parte haverá com certeza um impacto negativo”, notou.

Mas, por outro lado, adiantou: “Com o aumento dos preços das 'commodities', em particular o petróleo, que é o nosso principal ativo de exportação, com certeza que teremos um impacto positivo para as empresas que operam em Angola”.

“E, concomitantemente, para as receitas tributárias associadas ao petróleo. E nesse aspeto, penso que as autoridades já falaram, esse adicional de receitas, que com certeza haverá, será usado de forma bastante cautelosa para que possa ter o efeito esperado na nossa economia”, sublinhou.

Odair Costa falava hoje aos jornalistas, em Luanda, à margem do terceiro “Fórum Bodiva” que discute em painel “o financiamento via bolsa como catalisador da economia real – constrangimentos e oportunidades”.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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