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Quinta, 26 Agosto 2021 17:22

IGAPE vai abrir pacote de privatização de ativos exclusivo para investidores angolanos

O Estado angolano vai colocar alguns dos ativos incluídos no programa de privatizações disponíveis apenas para investidores angolanos, anunciou hoje um representante do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE).

“Muito brevemente será publicada a inclusão de alguns ativos cuja privatização será exclusiva para empresários angolanos”, disse o administrador do IGAPE, Augusto Kalikemala, adiantando que serão ativos da área da distribuição.

A informação surgiu durante um ‘webinar’ sobre privatizações de ativos e participações do Estado, depois do líder da Associação Industrial de Angola (AIA) ter avisado para a concentração de ativos em mãos de estrangeiros, apelando a maiores oportunidades para os empresários nacionais.

“Nesta estratégia de privatização não se olhou para a oportunidade soberana de se potenciar o empresariado nacional”, lamentou José Severino, apontando que os angolanos, em geral, “não estão capitalizados”, pois “os capitais concentraram-se nalgumas mãos e foram expatriados”.

“Pelas nossas contas, 80% dos ativos que estão a ser privatizados ficarão nas mãos de cidadãos e empresas estrangeiras (…) e isso paga-se no longo prazo, através da transmissão de dividendos”, afirmou o responsável, apelando a que se pondere sobre esta questão e que, a partir de 2022, os investimentos “comecem a ter impacto na economia”.

José Severino falou também sobre a fábrica de processamento de tomate do Dombe Grande (Benguela) sugerindo que fosse feito um contrato de gestão para a unidade industrial, que chegou a estar inscrita no Programa de Privatizações (Propriv), alertando para a vandalização e pilhagem que a instalação vem sofrendo.

O administrador do IGAPE respondeu que o ativo chegou a ser colocado para venda e foi a concurso, que acabou por ficar deserto, devido ao baixo valor das propostas, enquanto o objetivo passa agora pela cedência dos direitos de exploração e gestão.

“Estamos preocupados com o tema da vandalização e pilhagem, não só ali, mas noutros ativos, e estamos a tomar uma iniciativa mais abrangente para controlar e verificar o estado desses ativos”, adiantou Augusto Kalikemala.

Ainda este ano, teremos uma solução a contento para a fábrica do Dombe Grande e do Namibe, concluiu.

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