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Quinta, 08 Outubro 2020 10:07

Leilão de divisas em Angola antevê depreciação de 1,8% do Kwanza

O Banco Nacional de Angola (BNA) recebeu hoje ofertas de 18 bancos para o primeiro leilão de divisas a 30 dias, resultando numa taxa média de 650,3 kwanzas por dólar, assumindo uma depreciação de 1,8%.

"Participaram do referido leilão um total de 18 bancos comerciais, com uma procura global de 33,3 milhões de dólares [cerca de 28 milhões de euros], resultando numa taxa de câmbio futura do kwanza em relação ao dólar norte-americano para 30 dias de 650,3870", lê-se num comunicado emitido hoje pelo BNA a seguir ao primeiro leilão deste género.

Com este mecanismo, os bancos sinalizam que esperam uma depreciação de 1,8% do kwanza face ao dólar em 06 de novembro, ficando obrigados a comprar a quantidade de divisas a que se comprometeram, o que pode originar lucro se o valor do kwanza estiver acima dos 650,3 por dólar ou prejuízo caso aconteça a situação inversa.

De acordo com o BNA, o objetivo deste tipo de leilões, para os quais não é conhecido ainda um calendário, é "conferir maior previsibilidade ao mercado cambial e contribuir para a evolução informada da taxa de câmbio", com vista a estabelecer um mercado de futuros cambiais no sistema financeiro angolano.

"Em consequência, os bancos comerciais terão melhores condições de negociar vendas a prazo aos seus clientes, transmitindo desta forma maior segurança ao mercado no que diz respeito à disponibilidade de moeda estrangeira bem como à taxa de câmbio aplicável, servindo assim para mitigar o risco cambial nas transações cambiais, em particular nas operações de comércio externo", explica o banco central.

Entre janeiro e setembro, o BNA vendeu aos bancos comerciais 3,3 mil milhões de dólares (2,8 milhões de euros), cerca de metade do valor registado no período homólogo (6,8 mil milhões de dólares ou 5,8 milhões de euros), voltando a bater mínimos históricos.

No ano passado, o BNA vendeu um total de 8,3 mil milhões dólares (7 mil milhões de euros) de divisas, o pior registo desde 2009, quando foram disponibilizados ao mercado 10,6 mil milhões de dólares (9 mil milhões de euros), segundo o mapa consolidado de venda de divisas.

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