Segundo o ministério angolano das Finanças (Minfin), em comunicado, o diretor do departamento africano do FMI, Abebe Selassie, manifestou o seu “alinhamento com a visão do executivo angolano de apenas proceder à remoção dos subsídios aos combustíveis em linha com a implementação” deste programa.
“Nós sentimos que em relação às metas, estamos à vontade e com um bom entendimento do que podemos cumprir. Estamos a trabalhar na preparação dos objetivos de 2020 e o impacto da flexibilização da taxa de câmbio no Orçamento Geral do Estado que deveremos apresentar até ao final do mês à Assembleia Nacional”, disse a ministra Vera Daves de Sousa, em Washington, nos Estados Unidos da América.
A governante, que falava após o encontro com Abebe Selassie, na sexta-feira, acrescentou, citada no mesmo comunicado, que o governo vai “avançar com o Programa das Transferências Sociais Monetárias e trabalhar igualmente com a Sonangol, para ver como a empresa irá subsistir a esse esforço”.
O governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, que também integrou a delegação angolana que esteve na capital federal norte-americana para os encontros anuais do FMI, destacou que a flexibilização da taxa de câmbio, tendo em vista a sua plena liberalização, permitiu nos últimos dias a redução da diferença entre o mercado paralelo e o oficial que se encontra em cerca de 17%.
“Temos de proteger e preservar as Reservas Internacionais Líquidas. O desafio é alcançar e manter a estabilidade”, justificou o governador, segundo a nota do Minfin.
De acordo com a agência financeira Bloomberg, os subsídios têm aumentado a pressão sobre o orçamento do segundo maior produtor de petróleo de África, estimando-se que custem aos cofres do Estado cerca de 172 mil milhões de kwanzas (343 milhões de euros) este ano.
Angola e o FMI concordaram em dezembro com a implementação de um sistema de transferências monetárias antes do fim dos subsídios.
A meta é atingir um milhão de famílias até meados de 2020, quando está prevista a entrada em vigor do mecanismo automático de ajustamento dos preços do combustível.
Ainda segundo a Bloomberg, o governo angolano deverá contar com o financiamento de 300 milhões de dólares (269 milhões de euros) do Banco Mundial para apoiar estas transferências.