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Sexta, 24 Mai 2019 18:41

Crise econômica angolana pode acabar em 2021

A economia de Angola voltará a crescer apenas em 2021, segundo as previsões da Economist Intelligence Unit (EIU), que preconiza para esse ano uma taxa positiva de 4,2%, para voltar a cair nos dois anos seguintes, com uma média de 3,45%.

Depois de uma contracção económica estimada em 0,9% em 2018, a EIU prevê para este ano uma contracção de 4,5%, que se agravará em 30 pontos base para menos 4,8% em 2020.

O sumário com as previsões para Angola no período de 2019 a 2023 indica que a produção petrolífera tenderá a diminuir à medida que os anos avançam, passando de 1,4 milhões de barris por dia em 2019, para 1,3 milhões em 2020, 1,2 milhões em 2021 e 1,1 milhões nos últimos dois anos do intervalo considerado.

O ministro dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola apelou recentemente aos operadores das empresas petrolíferas que operam no país que cooperem no sentido de inverter a actual queda da produção.

Diamantino Azevedo pediu aos presentes no encontro que assegurem a manutenção da produção em 1,49 milhões de barris por dia, meta que está inscrita como produção média no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, figurando ainda na proposta de revisão do Orçamento Geral de Estado para 2019 como crucial para a formação das receitas fiscais.

A EIU antecipa neste seu mais recente relatório sobre Angola que a queda na produção petrolífera conduzirá a uma quebra de 12,6% nas exportações do país em 2019, que será ainda agravada em 2020 com a manutenção de preços baixos para o barril de petróleo.

“As exportações deverão recuperar em 2021 devido ao aumento dos preços do barril mas a queda da produção prevista vai fazer com que a receita tenda a estagnar até 2023”, refere o relatório.

O documento prevê ainda que as importações tendam a reduzir-se em 2019, devido à quebra da procura interna e à continuada depreciação do kwanza face ao euro e ao dólar, o que tem como consequência o agravamento dos preços dos produtos importados.

O excedente da balança de transacções correntes deverá reduzir-se, de uma estimativa de 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 para 2,7% em 2019, devido à queda dos preços do petróleo, que se agravará para um défice de 1,7% do PIB em 2020, à medida que as exportações se reduzam.

Aquela balança deverá regressar aos excedentes apenas em 2021, com uma taxa de 0,5% do PIB, em resultado da recuperação dos preços do barril, mas a quebra que se deverá verificar na produção petrolífera deverá fazer com que se regresse aos défices, com menos 1,0% do PIB em 2022 e -1,5% em 2023. (Macauhub)

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