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Domingo, 21 Abril 2019 12:56

A tarifa da Unitel é a mais baixa dos países da SADC - Isabel dos Santos

A ainda presidente do conselho de administração da Unitel, Isabel dos Santos, garante que as “tarifas tão baixas” são uma das principais razões pelas quais as operadoras internacionais não se interessaram pelo mercado angolano.

Em declarações ao VALOR, a empresária, que vai deixar a liderança da principal operadora angolana a 6 de Maio, mas mantendo-se no conselho de administração, contraria a tese de que, no país, se praticam preços mais caros de telecomunicações e que o aumento da concorrência vai ajudar a inverter este quadro. “A tarifa da Unitel é a mais baixa da SADC, cerca de 30 kwanzas para o primeiro minuto, 10 para os minutos a seguir, estamos a falar de oito e três cêntimos de dólar, respectivamente”, defendeu.

A empresária assegura que a “rentabilidade é muito baixa”, justificando-se com a excessiva dependência da importação das tecnologias. “As operações das operadoras móveis têm 70% do seu custo fixo na base do dólar e do euro e são tecnologias importadas, estamos a falar de licenças pagas anualmente em euros”, explica.

Segundo o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, oito das 27 empresas que concorreram são estrangeiras, entre as quais a sul-africana MTN que desistiu alegadamente por considerar que o concurso estava viciado.

Dia 18 deste mês, o presidente angolano anulou o concurso público internacional para a quarta operadora de telecomunicações em Angola, alegando que a empresa vencedora não apresentou resultados operacionais dos últimos três anos, como impunha o caderno de encargos.

A empresa angolana Telstar foi considerada, em 12 de abril, a vencedora do concurso para a exploração da quarta operadora de telecomunicações em Angola mas num decreto presidencial datado de hoje, o Presidente, João Lourenço, justificou a decisão com o incumprimento da concorrente em apresentar o "balanço e demonstrações de resultados e declaração sobre o volume global de negócios relativo aos últimos três anos".

Durante uma conferência no resort egípcio de Sharm El-Sheikh em Dezembro de 2017, Isabel dos Santos alertou para um cenário não sustentável, o da existência de quatro operadoras para um mercado de apenas 24 milhões de habitantes, segundo a filha mais velha do ex-presidente angolano "provavelmente levará fusões de algumas operadoras no final de um período de cinco ou seis anos".

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