O quarto vice-presidente da Bancada Parlamentar do MPLA João Pinto justificou o comunicado do seu partido que condena o rapto de pessoas, em referência ao caso Cassule e Kamulingue, com o que classifica de aproveitamento político da UNITA, que acusa o governo da morte dos activistas.
O arcebispo emérito de Lubango, Zacarias Kamuenho, admitiu hoje que a saída do Presidente José Eduardo dos Santos após três décadas à frente do destino de Angola pode criar "convulsões" no país.
Alegados assassinatos de Isaías Cassule e Alves Kamulingue originam novo protesto na capital angolana para mostrar indignação perante a situação do país. Apelo à manifestação partiu da UNITA.
A necessidade da consolidação do processo de paz, da democracia e promoção do respeito pelas diferenças políticas e religiosas constitui o principal compromisso do secretariado provincial da UNITA no Huambo.
A UNITA, à luz do artigo 47 da Constituição da República de Angola, convocou uma manifestação nacional com o objectivo de exprimir a indignação dos angolanos contra as torturas e mortes de cidadãos inocentes por pessoas afectas ao Estado angolano.
Comunicado de Imprensa
Há 18 meses que os corações das famílias de Alves Kamulingui e Isaías Kassule, pungem de tristeza e incerteza pelo destino dos seus filhos. A eles, se associou a sociedade civil e os partidos políticos nomeadamente a UNITA.
A braços com a crise, a antiga metrópole tornou-se um “supermercado” onde os novos milionários da ex-colónia, a começar pela família do Presidente José Eduardo dos Santos, fazem as suas compras nos setores da banca e do imobiliário. Mas, em Lisboa, começam a surgir preocupações quanto à origem duvidosa de alguns capitais, revela o “Mediapart”, num inquérito que publicamos em duas partes.
O secretário do comité provincial do MPLA para organização e mobilização periférica e rural, Bento dos Santos "Kanganba", afirmou nesta terça-feira que a manifestação convocada pela UNITA, para o dia 23 deste mês, é um mero acto de aproveitamento político.
Não interessa se Alves Kamolingue e Isaías Cassule foram atirados no rio ou não, tal como afirmou a notícia do Club-K divulgada na semana passada, “o que nós exigimos é que o Estado diga alguma coisa e emita a certidão do óbito dos dois activistas”, afirma Salvador Freire, presidente da Associação Cívica Mães Livres que defende as famílias de Kamolingue e Cassule.
O antigo chefe da bancada parlamentar da FNLA, Ngola Kabangu, advogou que "chegou a hora de passar o testemunho", numa reacção à entrevista do Presidente da República à TVBand.