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Domingo, 04 Setembro 2016 10:51

Já está tudo decidido que Abel Chivukuvuku sucede a si próprio

Não soou ainda o gongo de abertura dos trabalhos do Congresso da CASA-CE e já a nação política angolana tomou conhecimento, na semana passa, por via da TV Zimbo, que Abel Chivukuvuku sucede a si próprio e foram indicados os respectivos vice-presidentes, do mesmo modo que a secretária-geral.

Por António de Andrade

O que parecia ser um exercício de “democracia interna”, em que os putativos candidatos à presidência da Casa esgrimiriam os seus argumentos, projectos e programas, logo se esboroou. João Kalupeteka, de sua graça, não desperdiçou a oportunidade de se revelar cultor de Abel – o irmão de Caim – a quem chamou “ídolo”.Foi até mais longe ao explicitar que almejava  era ganhar protagonismo público, conquistar os seus minutos de fama e, assim, obter um estatuto diferenciado no partido a constituir.

Por seu lado, Carlos Pinho, um imberbe recém-chegado da antiga metrópole, fez o papel que dele se esperava: zurzir no “sistema”, distribuir ilusões, claudicar pública e desonradamente face a um Abel cheio de si, arrogante e truculento, estupidamente confiante em cumprir a missão de se tornar presidente de Angola.

Felizmente, nem todos os angolanos têm memória curta. Um diligente telespectador fez recordar a Abel a sentença que certamente irá ditar o seu eclipse político: “publiquem-se os resultados eleitorais, e somalizaremos o país!” Estávamos em 1992.Hoje, volvidos tantos anos, o irmão de Caim defende-se, argumentando que se tratou tão somente de “uma percepção errada de uma afirmação” e que tudo o que queria fazer era “uma premonição” do que poderia acontecer no país. Pobres políticos que temos que tão rápido transformam ameaças de guerra em benditas  palavras!

Em resumo, o cenário que se pretendia demonstrativo da vitalidade da democracia interna nessa manta de retalhos que é a CASA-CE, em contraposição a um alegado conservadorismo do MPLA, acabou por parir um rato. Foi visível que Abel, o irmão de Caim, revelou o que a nação política angolana já sabe: trata-se de um arrivista que não cede ao mais basilar dos escrúpulos. Traiu Jonas Savimbi, o seu mentor, traiu a UNITA, de que foi destacado dirigente, traiu Isaías Samakuva, actual presidente da UNITA que o derrotou em duas eleições internas no bando do galo negro, seduziu os Miaus e Lindos Titos a troco de um assento parlamentar e... cortou o dedo indicador direito em operação ainda não descodificada, o que lhe deveria impedir de aparecer publicamente em televisão. 

Alguns políticos da oposição não mudam, mesmo que assessorados por especialistas das centrais de inteligência do Império.

JA

 

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