Campanha de combate à intolerância contra migrantes cita Angola e gera polémicaA campanha do Governo brasileiro de combate à intolerância e à xenofobia contra migrantes e refugiados citou Angola num cartaz publicado na rede social Facebook e gerou polémica com muitos comentários acerca da foto.
"Meu avô é angolano, meu bisavô é ganês. Brasil, a imigração está no nosso sangue", lê-se no texto publicado na página do Ministério da Justiça no Facebook, ao lado da foto de um jovem negro de 18 anos.
As reações negativas criticaram o fato de o tráfico de escravos negros para o Brasil ter sido chamado de imigração.
"Pessoas traficadas e escravizadas foram imigrantes? Alguém nos salve de um Ministério da Justiça desses!", foi um dos comentários colocados na rede social.
O ministério respondeu, entretanto, que "apoia a importante discussão sobre a escravidão" na história brasileira, e realçou que o foco da campanha é "enfrentar a xenofobia e toda forma de ódio, preconceito e intolerância, inclusive o racismo, e também mostrar que a sociedade brasileira é composta de descendentes de migrantes de todas as partes do mundo".
A campanha tem o objetivo de sensibilizar os brasileiros sobre o drama dos refugiados e migrantes que precisam sair dos seus países devido à guerra e perseguições, informou o Ministério da Justiça brasileiro.
"É a pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou o secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, em conferência à imprensa na terça-feira.
O ministério divulgou uma aplicação para que qualquer pessoa possa participar na campanha, colocando o seu perfil migratório e contanto sobre suas origens e a história de sua família.
Foram lançadas também as hashtags "#EuTambémSouImigrante" e #XenofobiaNãoCombina".
Além de divulgar a campanha, o ministério realçou que o Governo brasileiro concedeu um crédito extraordinário de 15 milhões de reais (3,4 milhões de euros) para o fortalecimento da política de assistência a refugiados e imigrantes, que será feito por meio de parcerias com estados, municípios, órgãos públicos e organizações da sociedade civil.
Lusa