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Domingo, 17 Janeiro 2021 14:14

Passageiros incumpridores vão ser enviados à quarentena institucional em Calumbo

Todos os passageiros, vindos dos países com a nova estirpe da Covid-19, que não cumprirem a quarentena domiciliar obrigatória de dez dias, devem ser denunciados, capturados pelas autoridades e encaminhados de forma coerciva para Calumbo, zona de quarentena institucional, alertou a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

A governante, que falava à imprensa durante a testagem pós-desembarque de cerca de 280 passageiros provenientes de Portugal, às primeiras horas da manhã de ontem, afirmou que os cidadãos com resultados negativos vão cumprir a quarentena domiciliar obrigatória por um período de dez dias.

"As pessoas devem denunciar, caso o seu vizinho tenha regressado do exterior e esteja a dar umas voltas antes do décimo dia. O vizinho tem de imediatamente contactar as autoridades, para que essa pessoa seja capturada e levada à quarentena institucional”, asseverou.

Os cidadãos que não cumprirem as normas em curso vão ser igualmente submetidos ao pagamento de multa de 250 mil kwanzas.
O teste pós-desembarque é gratuito para os passageiros que regressarem até ao dia 24 do corrente mês. "Depois do dia 24, vamos ver se haverá ou não cobranças destes testes”, acrescentou Sílvia Lutucuta.

Desde ontem, estão instalados, num dos hangares do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, vários equipamentos e um grupo de especialistas da Saúde que testa os viajantes. Até ao próximo sábado, prevê-se que sejam testadas mais de 11 mil pessoas.
A ministra da Saúde lembrou que a pessoa com teste negativo deve ficar num quarto isolado, sem partilhar espaços comuns e refeições com a família, devendo cuidar da higiene do compartimento que usar durante o período estabelecido.

Depois de 10 dias, disse, as pessoas vão ser testadas outra vez e só desta forma emitir-se-á a alta epidemiológica. "Apelo às entidades patronais para não receberem os seus profissionais sem a alta epidemiológica”. No aeroporto, estão mobilizados 164 profissionais da Saúde, que, durante o dia de ontem, atenderam cerca de 800 passageiros, vindos da África do Sul, Brasil e Portugal.

"Os nossos guerreiros estão sempre em prontidão combativa, para enfrentar mais uma batalha, testando todos os passageiros que vierem do exterior ”, argumentou Sílvia Lutucuta. Fez saber que integram a equipa de testagem profissionais do Ministério da Saúde, Gabinete Provincial de Saúde de Luanda e dos municípios, Forças Armadas Angolanas (FAA) e Polícia Nacional.

Para testar os passageiros, está a ser utilizado a zaragatoa e, num prazo de 15 minutos, os resultados são disponibilizados aos viajantes. Além da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, estiveram presentes desde as primeiras horas da manhã no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu e o secretário de Estado do Interior, Salvador Rodrigues.

Uma manhã ordeira

Três autocarros estacionam um atrás do outro defronte a um dos hangares do Aeroporto 4 de Fevereiro. Três homens estão em pé. A saída dos passageiros é feita em fila indiana. Todos são dirigidos de forma a não quebrarem a ordem. A segurança aeroportuária tem o controlo do cerco. Ninguém move um passo em falso, sem ser interpelado.

No interior do hangar, há muitas cadeiras, com o devido distanciamento, para acomodar as pessoas testadas. O relógio aproxima-se das 7h50m. Umas tantas cadeiras começam a ser ocupadas pelos primeiros passageiros testados. Há um silêncio. Nada de murmúrios. Apenas observam-se rostos fechados de alguns, como resultado do desconforto da zaragatoa. Uns espirram, outros pigarreiam. Há quem deite gotículas de lágrimas, mas, no final: "objectivo cumprido".

Não obstante a calma, o secretário de Estado do Interior, Salvador Rodrigues, reforçou o pedido de calma aos passageiros, em razão de a testagem ser um processo lento. A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, veste um colete, tal como os demais elementos da sua equipa. Não param de se movimentar. Vão à fila à busca dos passageiros, recebem um boletim e encaminham à mesa, onde estão técnicos trajados de vestes plásticas da cabeça aos pés. Além de máscaras faciais, têm viseiras.

São, aproximadamente, 25 mesas para testes, mas, aos poucos, vê-se um aumento. Cada passageiro leva até um minuto e meio sentado diante do técnico. Trinta minutos depois, um autocarro recolhe os primeiros testados negativos para a sala de desembarque. Os homens de colete verde mantêm sempre uma conversa com os passageiros. Advertem para o pessoal ter em conta o distanciamento físico. Até às 10 horas, não tinha sido observado um caso positivo. Por trás das mesas de testagem, uma equipa do Ministério da Saúde e das FAA cuida dos equipamentos e de toda a logística. Foi uma manhã ordeira, a de ontem, no Aeroporto 4 de Fevereiro. JA

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