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Quarta, 17 Junho 2015 09:36

Jornalista disfarçado a convite da UNITA

José Luís Barceló Mezquita é professor no Instituto Europeu de Madrid José Luís Barceló Mezquita é professor no Instituto Europeu de Madrid

José Luís Barceló Mezquita é professor no Instituto Europeu de Madrid (Estudos Políticos) mas veio a Angola fazer reportagens a convite da UNITA. O seu trabalho causou polémica entre os seus colegas e alunos. Mas também provocou “grande incómodo” junto da Associação de Imprensa de Madrid, da qual é membro, por se ter limitado a revelar uma posição partidária em vez de aproveitar a oportunidade e fazer um trabalho isento. O que mais chocou os seus críticos foi não ter dado a versão do Governo Angolano, de outros partidos da Oposição ou de figuras independentes.

O repórter espanhol disfarçado de professor universitário só agradou ao “embaixador” da UNITA em Madrid, Virgílio Canjimbi Samakuva, poderoso homem dos negócios do Galo Negro na Europa, juntamente com sua irmã, Florence Samakuva,“embaixadora” em Paris. O clã Samakuva está estrategicamente distribuído pelas principais capitais europeias, gerindo os recursos da UNITA provenientes dos tráficos da Jamba, sobretudo de diamantes, droga e marfim.

Altas figuras dos partidos do “arco da governação” em Portugal dão cobertura política e empresarial aos negócios. Para disfarçar as actividades comerciais e financeiras, a UNITA lança na Europa “operações mediáticas” com os seus jornalistas avençados desde os tempos da guerra do apartheid contra Angola, quando Lisboa era o centro nevrálgico da propaganda savimbista. 

A deslocação de José Luís Barceló Mezquita a Luanda está envolvida em mentiras do próprio mas também do Presidente da UNITA, Isaías Samakuva. O líder do Galo Negro pediu pessoalmente o visto ao Cônsul-Geral de Angola em Madrid apresentando o jornalista como prelector num “seminário de capacitação de quadros” que decorreu entre 25 de Fevereiro e 15 de Março. Esta informação foi dada ao Jornal de Angola por uma fonte do Secretariado de Comunicação e Marketing, organizadora da acção de formação.

“A direcção da UNITA não pode incorrer em erros destes, porque prejudicam o partido e os nossos amigos. O professor José Luís Barceló Mezquita veio a Luanda para dar formação. Não havia necessidade de andar por aí a fazer reportagens com o líder do partido. Essa confusão deixa toda a gente mal”, disse a nossa fonte.

Mas a verdade é que José Luís Barceló Mezquita veio a Angola como jornalista “disfarçado” de professor universitário. O texto que escreveu no jornal digital “El Mundo Financiero” deixa claro que saiu de Madrid na qualidade de “enviado especial” da publicação.

O conteúdo dos seus textos interessa pouco. O grave foi ter escondido às autoridades consulares que ia a Angola trabalhar como jornalista. Mais grave ainda: Isaías Samakuva mentiu às autoridades consulares do seu país. Todos os dias entram em Angola jornalistas estrangeiros e não precisam de mentir quanto à sua profissão nem esconder que estão em missão de serviço dos seus órgãos de informação. Vários correspondentes estrangeiros trabalham em Angola sem qualquer impedimento. Uma jornalista do “El Mundo Financiero” disse ao nosso jornal que este comportamento não é comum “nem aceitável” naquele órgão de informação nem “entre os jornalistas espanhóis que todos os dias trabalham no mundo inteiro”.

José Luís Barceló Mezquita é professor no Instituto Europeu de Madrid (Estudos Políticos) mas veio a Angola fazer reportagens a convite da UNITA. O seu trabalho causou polémica entre os seus colegas e alunos. Mas também provocou “grande incómodo” junto da Associação de Imprensa de Madrid, da qual é membro, por se ter limitado a revelar uma posição partidária em vez de aproveitar a oportunidade e fazer um trabalho isento. O que mais chocou os seus críticos foi não ter dado a versão do Governo Angolano, de outros partidos da Oposição ou de figuras independentes.

O repórter espanhol disfarçado de professor universitário só agradou ao “embaixador” da UNITA em Madrid, Virgílio Canjimbi Samakuva, poderoso homem dos negócios do Galo Negro na Europa, juntamente com sua irmã, Florence Samakuva,“embaixadora” em Paris. O clã Samakuva está estrategicamente distribuído pelas principais capitais europeias, gerindo os recursos da UNITA provenientes dos tráficos da Jamba, sobretudo de diamantes, droga e marfim.

Altas figuras dos partidos do “arco da governação” em Portugal dão cobertura política e empresarial aos negócios. Para disfarçar as actividades comerciais e financeiras, a UNITA lança na Europa “operações mediáticas” com os seus jornalistas avençados desde os tempos da guerra do apartheid contra Angola, quando Lisboa era o centro nevrálgico da propaganda savimbista. 

Jornal de Angola

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