se na província do Huambo uma equipa de peritos da Associação Mãos Livres, com a finalidade de investigar as razões que motivaram os fiéis da seita a rebelarem-se contra os agentes da Polícia Nacional.
“Temos neste momento naquela província, dois advogados disponíveis para fazer os primeiros trabalhos preparatórios, dentre eles acompanhar as audiências de Kalupeteca, e pessoalmente, vou garantir a defesa deste cidadão”, garantiu.
David Mendes entende que a Polícia Nacional deve justificar os motivos que o levaram a perseguir os cidadãos da igreja, que se encontravam acampados na serra do Sumé.
“Nós achamos que há coisas que não estão a ser ditas. Porque a polícia foi ter com estes cidadãos? Se eles não permitiam que os filhos fossem às escolas, quantas crianças aqui em Luanda, não vão à escola por culpa do Estado? O Estado já se penitenciou? Porque o estado deve perseguir meia dúzia de pessoas porque os filhos não vão à escola, quando milhares de crianças no país não vão para à escola?, questionou o advogado, reiterando que os fundamentos apresentados pela polícia não são justificáveis.
David Mendes lembrou que a liberdade religiosa está garantida na Constituição da República de Angola. “A ninguém pode ser vedada a sua convicção religiosa. Por isso, a polícia deve justificar o que foi lá fazer”, concluiu.
Para David Mendes "lamentável que o Presidente José Eduardo dos Santos tenha considerado a seita uma ameaça à paz e à unidade nacional, antes de os orgãos judiciais se pronunciarem, dado que até agora nada permite determinar que a seita de Kalupeka fez uma ameaça à paz" e afirma ainda que as igrejas que não estão de acordo com a filosofia propagandista do Estado, que não são uma rerva eleitoral do Estado/partido MPLA são tidas como contrárias à lei".
Direitos Humanos
O advogado David Mendes já defendeu vários casos ligados a direitos humanos no tribunal, como o do jovem Nito Alves, acusado pelos serviços secreto do Estado, por crime contra os órgãos de soberania, ao ter mandado imprimir várias t-shirts com slogans contra o presidente José Eduardo dos Santos, e também o caso “Alves Kamulingue e Isaías Cassule“, dois activistas cívicos assassinados por agentes secreto do governo.
O advogado está de igual modo a defender o jornalista e activista cívico Rafael Marques, acusado de crime de calúnia e difamação por sete generais e os representantes de duas empresas diamantíferas.
RA