Adérito Areias foi sempre um homem de acção e um 4 X 4 que gostava de confronto e sempre que quis teve jeito para a linguagem diplomática. A sua afirmação ainda que técnica e momentaneamente verdadeira levou-o a ser por várias vezes considerado o rei do empreendedorismo em Benguela.
Hoje concentrado e controlado pela coletividade com quem se propõe trabalhar e servir com algumas provas dadas, é o homem certo para Benguela. É de Benguela, conhece muito bem Benguela e a sua gente. A vida fê-lo crescer. Está enxuto.
Benguela já foi um distrito ou província, como queiram, de bem, de gente composta (negro, misto e branco), bem formada e com cultura.
Hoje, resultado da ditadura imposta pelo MPLA, desprovida de uma cultura de promoção de mérito, as chefias são ocupadas por gente de baixa qualificação.
Benguela, à semelhança das restantes províncias, é um território de “cunhas”, onde prolífera a incompetência e a mediocridade, obstaculizando assim, o progresso e a competitividade da mesma quer a nível interno, quer a nível internacional.
Os profissionais qualificados e talentosos que realmente poderiam contribuir no seu conjunto para o progresso das instituições do Estado, empresas públicas estão injustamente arredados de o poderem fazer. Pois, é o chefe que encara o saber, o conhecimento e a experiência como um inimigo a abater. É um desperdício de experiências e de conhecimentos adquiridos. Adérito João Saramago Areias Pereira, 60 anos de idade, foi o único de vários irmãos angolanos que nasceu acidentalmente em Alijó-Tras-os-Montes – Portugal. Benguelense de gema do Dombe Grande, urbano por excelência, quer com todas as virtudes e defeitos concretizar um dos seus maiores sonhos. Pois, sonhar ainda não é pecado: membro da Assembleia Nacional da República de Angola ou presidente da camara de Benguela.
Basta recordar que Adérito Areias, segundo opinião corrente, é o Rei do Sal e um dos maiores Armadores de Benguela e quiçá de Angola, com incursões no mundo do gado “de quatro patas” e na construção civil.
A expectativa em torno do Gordo é enorme, especialmente tendo em conta os métodos de trabalho, um dos poucos benguelenses que circulam bem e com muita facilidade nos corredores do poder central. Político, Articulador nato e com grande facilidade para fazer amizades. Tem carisma e goza de apoio interno e externo. Um dos exemplos mais marcantes foi quando realizou em 2008, o primeiro dia do criador de gado, na Fazenda Kaviombo – Chongoroi onde, conseguiu reunir a nata do poder central, construir uma ponte, organizar o povo da zona e dar vida a um dos municípios há muito abandonado na província de Benguela.
Doravante, os anos que seguem, prometem ser para Adérito Areias especiais: quer ser e justamentepresidente da administração do município de Benguela, pois tem o reconhecimento de boa parte dos benguelenses, não obstante, as maledicências recorrentes. Porém, com alguns rasgos de altruísmo é homem com um sentido de colectividade e solidariedade bastante desenvolvidos. Mas, em sociedades particulares e participações a dois, no jogo corpo à corpo é um autêntico “Cafuringa”. Por esta razão as sociedades criadas com outras entidades nomeadamente: Florbaça, Naipe, Moiben, Cross Road, Soreni, Estaleiro Moderno, Arcaba e Soremotors, tiveram sempre um tempo de vida útil muito curto e sempre com algumas insinuações nada abonatórias. Entretanto, naquilo que são os seus projectos pessoais tem sido um autêntico às de espadas, tais como o grupo A.A. que integra Salinas Calombolo, Iemanjá, Fazenda Kaviombo, Pensão Contente e Happy Flowers.
A sua relação com o articulista Francisco Rasgado, que remonta desde os primórdios da revolução angolana, sempre foi de amor e ódio.
Estiveram, por motivações políticas diferentes, presos na cadeia de S. Paulo, em Luanda. Pela primeira e única vez Adérito Areias teve de peso 80 kgs e aprendeu a comer tomate maduro com sal, legume que odeia até os dias de hoje.
Adérito Areias é um cidadão do mundo. Certo para a Administração Municipal de Benguela.
Francisco Rasgado
Jornal ChelaPress