No mesmo despacho, assinado pelo governador provincial, Graciano Domingos, lê-se que se tem verificado "nos últimos tempos a extenuação de lugares de campa para a realização de funerais" nos cemitérios do Alto das Cruzes e de Santa Ana, construídos respetivamente em 1800 e 1940.
Por esse motivo, o mesmo documento, de 20 de março, estabelece que fica "interdita a realização de funerais" nestes dois cemitérios centrais em Luanda.
O município de Luanda é o mais populoso de Angola, concentrando 2.107.648 do total superior a 6,5 milhões de habitantes da província capital, de acordo com os resultados do Recenseamento Geral da População e da Habitação divulgados em outubro passado.
A proibição de realização de funerais - sem adiantar prazos para o seu levantamento - não se aplica às famílias que sejam possuidores, há mais de cinco anos, de campas, tumbas ou jazigos nestes dois cemitérios, construídos ainda no tempo colonial português.
"Enquanto durar a interdição, o cemitério do Benfica [nos arredores de Luanda] estará aberto e disponível ao público para a realização de funerais e cerimónias de velórios", define o edital do governo provincial.
De acordo com o censo angolano, que concluiu que Angola conta com mais de 24,3 milhões de habitantes, com uma densidade populacional de 347 pessoas por quilómetro quadrado da província de Luanda.
O município de Luanda, com seis distritos, casos de Luanda, Kilamba Kiaxi, Maianga, Rangel, Sambizanga e Samba, concentra 32% da população da província com o mesmo nome.
LUSA