Segundo o político, que falava durante um encontro com a população local, “as nossas eleições não têm sido justas porque, ao longo do processo, não existe igualdade de tratamento”.
Américo Chivukuvuku apontou como exemplo a vantagem mediática do partido no poder, cujas actividades, segundo disse, “passam diariamente na televisão e rádio públicas, enquanto os outros partidos aparecem uma vez ou outra”.
Chivukuvuku afirmou que “a justeza do processo exige igualdade de tratamento” e reforçou que a liberdade de escolha implica que “ninguém possa ser prejudicado nem privilegiado pela sua opção política”. Denunciou ainda alega- das situações em que cidadãos são condicionados no acesso ao emprego pela exigência de filiação partidária.
Em resposta às dúvidas sobre a capacidade do PRA-JA em governar, o dirigente recorreu à "Teoria da Mudança Social", defendendo que "nada é permanente, tudo muda". Comparou, por exemplo, a presença colonial portuguesa de cinco séculos e o "regime de par tido único em Angola", que também chegaram ao fim. "O imperador está no poder hå 50 anos, mas não vai ficar mais 50. Vai cair, por que a mudança e inevitável", disse, convicto de que o seu partido pode rá assumir a governação em 2027.
Acabar com a fome e o desemprego
O secretário-geral do PRA-JA Servir Angola sublinhou que o principal objetivo da nova forma 1ção política é "servir Angola e os angolanos", apontando como prioridade o combate à pobreza, ao desemprego, à fome e à exclusão social. "O nosso país não está bem como está. É preciso acabar com a fome e isso só será possível com a uma aposta séria na agricultura", - frisou.
a Para Américo Chivukuvuku, a massificação da agricultura familiar deve ser acompanhada por politicas de apoio aos camponeses, -fornecimento de sementes e adubos, bem como a reabilitação das vias de acesso, de modo a facilitar o escoamento da produção. "Gastamos milhares de dólares a impor atar produtos que poderíamos produzir aqui. É preciso inverter esta lógica", defendeu.
Saúde e saneamento básico
No campo da saúde, o político alertou para o elevado indice de mortalidade, visivel no "engarrafamento diário nos cemitérios de Luanda", e defendeu que o primeiro passo deve ser a aposta no saneamento básico, como forma de com bater doenças como paludismo e cólera. Apontou ainda a necessidade de se garantir boa alimentação, uma rede hospitalar mais próxima das comunidades e melhores salários para os médicos, com incentivos específicos para os que aceitem trabalhar em zonas rurais.
Nas suas declarações, Chivukuvuku destacou ainda a formação como prioridade número um para a juventude. "Se o jovem tiver for mação, consegue emprego; se ti ver emprego, terá salário e qualidade de vida", afirmou, defendendo a necessidade de direccionar a formação para as áreas técnicas e científicas, mais absorvidas pelo mercado de trabalho.
Autarquias como prioridade politica
O dirigente voltou a posicionar-se contra a nova Divisão Politico-Administrativa aprovada pela Assembleia Nacional, considerando que a prioridade deve ser a implementação das autarquias. "O autarca tem de prestar contas à população e ser avaliado pelo seu desempenho. Se governar mal, sai. Isso é transparência e democracia", afirmou.
Quanto à sua visão de governo, Chivukuvuku revelou que o recente congresso do PRA-JÁ já criou uma comissão, chefiada pelo economista Carlos Pinho, encarregue de elaborar o programa de governo. Destacou ainda a importância de um pacto nacional entre forças politicas e sociais visando garantir a estabilidade.
"O nosso presidente defendeu que os lideres dos diferentes partidos e igrejas deviam sentar-se, discutir em profundidade os problemas do país e sair de lá com soluções consensuais, que depois seriam aplicadas por qualquer go verno eleito. Só assim teremos estabilidade e desenvolvimento", afirmou. OPAIS