As autoridades confirmaram a detenção, mas passadas 24 horas, a família e os companheiros dizem que ainda não puderam entrar em contacto com o activista.
Em Angola, um dos organizadores dos protestos contra o aumento dos combustíveis e transportes públicos foi detido, no sábado 19 de Julho, por divulgar, nas redes sociais, um vídeo a mobilizar a juventude a aderir aos próximos actos cívicos e pacíficos.
Trata-se do antigo militar Osvaldo Caholo, de 36 anos, que, pela segunda vez, é preso, 10 anos depois do caso 15+2, onde foi acusado por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa.
Em nota distribuída à imprensa, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa, esclarece que o activista foi detido por alegada incitação à violência e rebelião, entre outros crimes.
“O Serviço de Investigação Criminal torna público, que em cumprimento de um mandado de detenção, emitido pelo Ministério Público, procedeu neste sábado, 19 de Julho, à detenção do cidadão nacional, identificado por Osvaldo Sérgio Correia Caholo, também conhecido por Osvaldo Caholo, empresário, de 36 anos de idade, por indícios fortes da prática dos crimes de Rebelião, Instigação Pública ao Crime e Apologia Pública de Crime, consubstanciado na produção de uma live, em directo aonde fez ameaças graves contra a integridade de oficiais Generais, Comissários entre outras entidades”, espelha o comunicado SIC.
Entretanto, Ericsom Emadi, membro do Movimento Contra Subida dos Combustíveis, revelou à RFI que a polícia negava, na manhã de domingo, dar informações sobre a cadeia em que se encontra Osvaldo Caholo, e prometeu uma onda de manifestações em frente às instalações do Serviço de Investigação Criminal para exigir a libertação do activista.
Algumas horas depois, a irmã do activista, que se encontrava no SIC, com amigos e familiares, confirmou que a polícia divulgou o local em que se encontra o jovem, acrescentando que ainda não tiveram contacto com ele.
O texto do Serviço de Investigação Criminal descreve haver fortes indícios da prática dos crimes e alerta para a gravidade das declarações emitidas, que resultaram na instauração do competente processo criminal, referindo que o activista vai ser presente ao Ministério Público para os trâmites legais.
Por fim, o SIC apela aos cidadãos para o uso correcto das redes sociais, que não devem ser utilizadas para a produção de mensagens de ódio, de instigação à violência, pois os órgãos não vão tolerar estas condutas. RFI