Sábado, 27 de Abril de 2024
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Terça, 13 Fevereiro 2024 20:23

Câmbio, impostos e burocracia são os inimigos dos investimentos americanos em Angola, diz Câmara de Comércio

O presidente da Câmara de Comércio Angola Estados Unidos (AmCham-Angola), Pedro Godinho, advertiu nesta terça-feira, 13, que empresários americanos podem deixar de investir no país por causa da instabilidade cambial e fiscal e do nível cada vez mais alto de burocracia existente nas instituições públicas.

Em conversa com a Voz da América, Godinho disse haver investidores americanos - membros da AmCham-Angola -, que não conseguem obter um visto de trabalho, em tempo razoável, o que, segundo afirmou, aumenta “o sentimento de grande frustração ”.

“Por exemplo, uma country manager de uma empresa muito famosa, número dois nos Estados Unidos da América, esteve impedida de sair durante sete meses, porque o visto de trabalho nunca mais saía”, revelou o empresário angolano.

Pedro Godinho disse que as diferenças cambiais e a instabilidade fiscal “estão a roer as margens de lucro” de muitos empresários o que pode levá-los “a preferir outras geografias”.

O presidente da Câmara de Comércio Angola Estados Unidos aponta a persistência de “paradigma que sempre enfermaram a nossa sociedade e sobretudo alguns 'decision makers' que continuam a agir contra a boa vontade do Presidente angolano no sentido de garantir o desenvolvimento do país”.

Pedro Godinho também adverte que Angola só terá direito a uma parte dos 200 mil milhões de dólare,s que o governo americano pôs à disposição de Angola, se for competitiva e se for capaz de seduzir, atrair e competir.

Por outro lado, o presidente da AmCham-Angola revelou que, em 2023, as diferenças cambiais provocaram um prejuízo acima de 9 milhões de dólares aos membros da Câmara.

“Isso é sério. As coisas estão preocupantes. Se reparar, houve uma desvalorização acima dos 30% do kwanza”, enfatizou.

Entretanto, o economista João Maria Chimpolo defende que a burocracia nas instituições do estado só vai acabar quando o governo apostar em pessoas habilitadas “e com pouco défice de frustração constante".

“O programa 'Simplifica' existe, mas as pessoas é que não estão habilitadas para o fazer funcionar”, disse. VOA

 

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